FOTOS DE LU DEGOBBI – GRUPO AMIGOS DA FOTOGRAFIA DE RIBEIRÃO PRETO
FOTOS DE ELZA ROSSATO – PRESIDENTE DO GRUPO AMIGOS DA FOTOGRAFIA DE RIBEIRÃO PRETO
ONDE TUDO COMEÇOU
“A Câmara Municipal de Ribeirão Preto, tem a honra de homenagear no Dia do Professor, nos termos da Resolução no. 23/2017 de autoria do Vereador Jean Corauci e por indicação do vereador Rodrigo Simões, o professor ANTONIO CARLOS TÓRTORO em reconhecimento à sua relevante contribuição à educação ribeirão-pretana”.
Na noite de 5 de outubro de 2017, tomado pela emoção, ao subir os degraus que me levaram até à mesa diretora da Câmara Municipal de Ribeirão Preto — mais precisamente, até à presença do meu amigo/irmão , Presidente da Casa, Vereador Rodrigo Simões — para receber homenagem pela passagem do Dia do Professor, eu voltei no tempo e, mentalmente, após passar por alguns corredores antigos, subi escadaria de madeira e entrei, pela primeira vez, como professor, numa sala de aula.
Era o início de uma história, da qual me orgulho muito, completando seus 44 anos.
Era o início da década de setenta.
Primeiro dia de aula no tradicional Colégio, à noite: IMERP- Instituto Metodista Educacional de Ribeirão Preto.
Eu subi as escadarias do prédio sexagenário, fundado em 1914, somente com um pensamento: procurar pelo Reverendo Gomes.
Era uma orientação de colega de Faculdade Barão de Mauá, Letícia, na época, secretária do Dr. Warwick Stevan Kerr, professor de Genética da USP-Ribeirão Preto: seria a minha primeira oportunidade de dar uma aula.
Entrei na sala dos professores repleta de docentes, e ouvi, ao entrar:
— Você é o Tórtoro, indicado pela Letícia? — disse um homem alto, cabelos brancos e ralos, agitando um horário nas mãos… e completou, diante de minha afirmativa — Aqui estão suas 25 aulas, 5 aulas todas as noites, de segunda a sexta, no Curso de Contabilidade, aulas de Matemática Comercial e Financeira e Estatística, tudo bem ?
Agradeci, ao mesmo tempo assustado e feliz. Pedi um tempo para dispensar meus pais que haviam me levado de carro até ao colégio:pensávamos que eu só saberia se teria as aulas ou não, e, em caso positivo, que começaria na semana seguinte.
Voltei rapidinho, e vi que eu entraria pela primeira vez numa sala de aula: com alunos do 3º. ano de Contabilidade…que estavam insatisfeitos com a saída do professor anterior… que passaria a dar aulas no Curso Colegial.
Entrei na sala: as barras das calças tremiam.
Ao cumprimentar meus primeiros alunos, com um caloroso “boa noite”, tive como resposta:
— Nós não gostamos de você, queremos de volta o outro professor.
A portadora de tão “boas novas” era uma jovem que tinha quase a minha idade: eu estava com 24 anos.
Mantive a calma e a postura, e expliquei que a culpa não era minha de estar substituindo um professor tão querido: pedi que me dessem uma oportunidade de mostrar meu trabalho.
A oportunidade me foi dada: e fui escolhido por esses mesmo alunos, Patrono/Paraninfo dessa turma, ao final de 1973…e de muitos outros alunos, formandos dos anos seguintes.
Passei depois pelo SENAI , Colégio Santa Úrsula , Centro Universitário Barão de Mauá, chegando , em 1995 , ao Colégio Anchieta, onde, atualmente, sou Orientador Educacional e Coordenador de Eventos, após ter sido professor de Matemática e Coordenador Pedagógico.
Foi uma noitada inesquecível, porque foi uma noitada ao lado da minha esposa , Lu Degobbi, do meu filho Rod Tórtoro, dos meus amigos/irmãos Elza Rossato e Waldomiro Peixoto, dos colegas de trabalho no Colégio Anchieta Giovana Andreolli, Alzira Calandreli, Adriana Buainai e esposo, e Marlene Cerviglieri a nova acadêmica da ARL e esposo. A surpresa da noite foi a presença dos meus amigos do Clube de Regatas: o italiano, torcedor da Juventos, acompanhado de sua esposa.
Meus agradecimentos a todos os vereadores que prestigiaram a sessão solene e, em especial, ao Presidente Rodrigo Simões que me proporcionou usar da palavra em nome dos professores presentes.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br