BRASIL: O PAÍS DAS MARAVIDES 19

 

PAÍS DAS MARAVIDES 19

 

A mãe entra na escola para matricular o filho: recipiente de álcool em gel a tiracolo, máscara de plástico sobre a de tecido, óculos de natação.

Conhece as dependências da instituição de ensino borrifando álcool, de minuto a minuto, sobre a funcionária que a acompanha: mais parece uma sessão de descarrego.

Quer saber sobre a higienização da caixa d’água, sobre os locais que o filho poderá frequentar, sobre os medidores de temperatura, tapete na entrada , uso da cantina: ela exige que a escola seja um hospital.

Então, é convidada para conversar com o responsável pelas matrículas que a atende de máscara. Ela entra, e afasta a sua cadeira à uns dois metros da mesa do encarregado de fornecer a ela as informações pedagógicas e administrativas.

A mãe é informada de que é fundamental a conversa presencial com o aluno candidato à vaga: ela insiste que essa entrevista só poderá ser feita on-line porque o garoto está isolado com a avó desde o início de 2020: cárcere privado?

Também informa ao funcionário que o aluno não frequentará as aulas enquanto não houver imunidade de rebanho após a   vacinação em massa.           Tento convencê-la de que a escola é segura e que, mesmo após a vacinação, os cuidados atuais deverão ser tomados, pelo menos até o final de 2024.

Entre uma borrifada e outra de álcool em gel, ela admite que 2020 foi um desastre escolar, mas ela pretende que assim continue em 2021, pelo menos, em nome da “saúde” do garoto e da avó, apesar de que ela continuará livre, solta e saltitante em sua vida social: ela imagina que, assim agindo,  não transmitirá o vírus para seus entes queridos.

O atendente tenta explicar que a vacina que será indicada, terá somente 50% de proteção efetiva, mas ela insiste em esperar proteção total: talvez tome duas doses, sob orientação da Dilmanta, para obter 100% de proteção: no país das maravides 19 tudo é possível.

Finalmente, o servidor, já em adiantado estado de coma alcoólico em gel, despede-se da criatura que sai da sala e da escola como um Zorro de burca, a fim de defender, do terrível vírus,  a todo custo, a sociedade: um serviço ambulante de vigilância  sanitária.

É uma pena que o medo esteja matando pessoas ( mentalmente) e destruindo vidas, mais do que o vírus: a irracionalidade e seus efeitos deixarão marcas profundas nas próximas gerações ( filhos da pandemia).

Enquanto isso, eu, idoso, do grupo de risco, continuo trabalhando, tomando sol, respirando ar puro, frequentando piscina, tomando vitamina D3, Ivermectina, andando trinta minutos por dia na esteira, usando máscara e álcool de forma discreta e racional: estou vivendo.

 

UM SOBREVIVENTE DA COVID 19

 

 

ACADEMIAS, ARE-Academia Ribeirão-pretana de Educação, ARL- ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS, ARTIGOS, EDUCAÇÃO, LITERATURA, SOCIAIS