TEMPESTADE
Do livro “Estrelas no mar”
Como é triste e medonho
O pranto do litoral:
Chora a criança sem praia
E o adulto sem sol.
O vento sul assovia
E envia rajadas constantes
Parecendo por instantes
Que o mundo vai acabar.
O mar explode em ressaca
E saca sua força de abismos,
Água e ar se compõem
Como se a tragar a terra.
É cena com luz e som,
É mostra a impressionar,
Um filme que se repete
Nos verões do litoral.
Mas mal o choro termina
E tudo volta ao normal,
O céu enxuga os seus olhos
E distribui conchinhas ao mar.