DEPOIMENTO DO ESCRITOR WALDOMIRO PEIXOTO SOBRE O TÓRTORO

Caro ACT,
Vi as fotos do Carnaval 2009 que colocou em seu site. Vi outros ensaios também. E sei que seu acervo deve ter mil vezes mais material guardado do que vem à luz.
Eu fico cá pensando: que energia é essa e que disposição para registrar a história de nossa cidade! Ao longo de seus 60 anos, quanto já não foi escrito, agora quanto não tem sido fotografado?
Nas próximas décadas, quando algum estudioso for ‘escarafunchar’ a história de RP, terá que forçosamente passar pelo seu trabalho diuturno e incansável.
Que Deus lhe dê ainda muitos, mas muitos mesmo, anos de vida com saúde, disposição e desprendimento para fazer este trabalho – eu ia dizer ‘de formiguinha’, mas recuso o lugar comum – de gigante a registrar a história viva, quente, irretocável e factual de RP. Está acontecendo, registra-se!
Já agora, ainda hoje, a memória da cidade lhe deve muito. Ficará a dever muito mais. Sabe por quê? Porque cada minuto de sua vida é vivido e voltado para os outros, construindo História. Por onde passa deixa rastros de beleza, espalha flores pelo caminho, elogia quando merece, critica quando precisa, mas nunca falta à verdade, à sua verdade, quase sempre relativa, porque fruto de uma situação e circunstância, já que a Verdade Absoluta nem o Filho do Homem teve a leviandade de afirmar.
O seu registro da História de RP tem sido forte e profícuo exatamente porque passa pela sua coragem de ser livre e de livre expressar o que vê e sente. Se a mão escreve, o olho vê, então o corpo vibra e a alma sente, e você acaba se pondo por inteiro no que faz. Isso me lembra Fernando Pessoa / Ricardo Reis:
“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.”

 

Assim tem sido Antônio Carlos Tórtoro.
Parabéns para você é pouco.
Minha admiração e meu carinho, incansável Amigo,
Waldomiro

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