Recentemente li um texto da pedagoga Jussara de Barros, que resume bem a nossa realidade escolar:
“É comum profissionais da educação terem contato com crianças, adolescentes e pais agressivos, tanto na escola como um todo quanto na sala de aula.
Esse tema tem tido grande repercussão, pois estatísticas mostram que esse tipo de conduta tem aumentado dentro das instituições educativas.
Professores que lidam com crianças conseguem contornar esses problemas de forma mais fácil, pois os pequenos se intimidam diante das regras e combinados estabelecidos pelo grupo. Além disso, quando acontecem brigas entre as crianças, o professor tem condições físicas de separá-los e tomar atitudes para que o respeito prevaleça no ambiente escolar. Brigas entre crianças é mais fácil de controlar.
Já no caso de adolescentes, o problema se torna mais intenso, pois, além de não aceitarem bem as regras, desafiam os professores a todo instante. Alguns chegam a agredi-los com palavrões, xingamentos ou partindo para as agressões físicas”.
Sabemos que a síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente. Quem sofre do Transtorno de Pânico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado.
Já a síndrome do penico é um tipo de transtorno de ansiedade de quem trabalha em escolas, principalmente professores, no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algum pai reclame de alguma coisa, ou faça alguma acusação sem bases sólidas, mesmo que não haja motivo algum para isso, ou mesmo sinais de perigo iminente de algo estar errado. Quem sofre da Síndrome do Penico sofre crises de medo agudo de modo recorrente e inesperado, por temer que, a cada palavra ou atitude, o fato seja deturpado pelo aluno e repassado para seus pais como única e indiscutível verdade, criando situações no mínimo desagradáveis: isso quando não dão origem a agressões verbais e até físicas.
Para alguns pais, tudo é culpa e dever da escola: terceirizaram geral e não perdem a oportunidade de lançarem todo tipo de excrementos — frustrações pessoais, problemas familiares, traumas de infância, incompatibilidade com parceiros, crises de identidade, desentendimentos no trabalho, e outros — sobre aqueles que cuidam da formação de seus filhos.
Mas, felizmente, a maioria dos pais entende a importância de cada professor/educador na formação integral de qualquer ser humano, fazendo, assim, de cada agente escolar, um parceiro, e não um adversário.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
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