Olá Sr. Antônio Carlos! Durante uma grande arrumação no escritório, minha mãe encontrou um livro de sua autoria, o Estrelas do Mar, que fora lido por mim em 1994 – na ocasião eu devia ter cerca de 14 anos. Hoje ela o colocou em minha cama e eu acabei relendo. Percebi que, de alguma maneira ele me inspirou ao longo dos anos seguintes, pois eu também escrevo e, fazendo uma retrospectiva mental dos meus poemas, consigo notar alguma semelhança entre um ou outro dos nossos escritos. Dos poemas que eu acabei relendo, um que me chamou atenção foi o que recebe o título “Nunca Mais”. Nele, o senhor se refere ao olho tudo vê, fala sobre o altar de três luzes, sobre o oriente, sobre ser um buscador da luz e, como ilustração, há uma Garça ao fundo. Achei bem curioso, pois em 2007 eu me tornei Rosacruz. Eu sei que o simbolismo que o senhor usou é referente à Maçonaria, mas são ordens irmãs e muitas vezes acabam utilizando símbolos semelhantes. Passei para deixar meu agradecimento por ter sido um dos autores a me inspirar na infância e gostaria de acrescentar que a sua Edelweiss encontrou as mãos férteis de uma humilde sonhadora que ainda tem olhos para ver. Há braços! Karen Valadão Fagundes.
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Abaixo os dois poemas mencionados:
NUNCA MAIS
Nunca mais
o trânsito horário
sob celeste abóboda,
ante olhar constante
do Olho Que Tudo Vê.
É demais
a saudade de quase tudo,
do mudo som das colunas,
das espumas do mar de bronze
e dos sagrados rituais.
Sempre mais
pede o coração a presença
daqueles cuja ausência
equivale a perder irmãos
e as mãos que trocaram sinais.
Nunca mais
o Altar de três Luzes,
o Oriente a alcançar,
o lapidar da pedra
em busca da perfeição.
Dizer “nunca mais”
é pura lucubração…
É demais
para quem quer sempre ser
um buscador da Luz,
o nunca mais.
EDELWEISS
Edelweiss, Edelweiss…
Meus ais de Místicos Alpes
Que colherei jamais.
Edelweiss, Edelweiss…
Ritual-flor dos mais antigos
de valores essenciais.
Edelweisse, Edelweiss…
Incenso-flor que sussurra
o que palavras não dizem mais.
Edelweiss, Edelweiss…
Música-flor que penetra
interiores abissais.
Edelweiss, Edelweiss…
Resistência-flor à opressão
hino e signo de liberais.
Edelweiss, Edelweiss…
não podendo tocar-te com mãos
Cantar-te em versos me satisfaz.