AC TÓRTORO RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO EMÉRITO DE RIBEIRÃO PRETO

Registro da entrega de Título de Cidadão Emérito ao Professor Antônio Carlos Tórtoro pela vereadora Darcy Vera (Atualmente Prefeita Municipal – 2o. mandato) , em 06/11/1998.

 

 

ÍNTEGRA DO DISCURSO LIDO DURANTE ENTREGA DE TÍTULO DE CIDADÃO EMÉRITO A ANTONIO CARLOS TÓRTORO

 

Excelentíssimo Sr. Dr. Leopoldo Paulino, digníssimo Presidente desta Casa; Digníssima Vereadora Darcy Vera, autora do projeto que me conferiu o Título de Cidadão Emérito, e que contou com o aval de todos os seus eminentes colegas, aos quais também saúdo.

Cara amiga e irmã, Nilva Mariani, colega de Academia e que ora recebe o Título de Cidadã Ribeirãopretana.

Digníssimo Vereador Dácio Campos, autor do projeto que conferiu à minha colega Nilva o seu Título.

 

Senhoras e Senhores,

 

Emérito — Emérito é o que é de grande competência, que tem grande saber, muito versado numa ciência ou arte V é isso o que dizem os dicionários.

Sou um versado sim, na arte da vida, com especialização em técnicas de sobrevivência neste mundo desumanamente globalizado.

As danças das abelhas, tão rápidas e incoerentes, desenha,m no espaço figuras matemáticas quase precisas, e constituem uma linguagem. Penso que todos os encontros que um homem tem durante a sua existência, fugazes ou importantes, conduzidos por aquilo a que chamamos o acaso, ou pela necessidade, desenhem igualmente figuras, exprimam ritmos, e sejam o que talvez sejam: um discurso sabiamente planejado, dedicado a uma alma, para que se realize totalmente, e do qual esta não apreende, ao longo da vida, mais do que algumas palavras sem continuidade.

Por vezes, julgo apreender o sentido desse bailado humano à minha volta, julgo adivinhar que Deus me fala por meio do movimento dos seres que se aproximam, se detêm ou se afastam. Depois, perco o sentido lógico da observação, como toda gente, até a próxima grande, porém fragmentária, evidência.

Foi assim no dia 3 de março de 1949, quando dei meu primeiro sinal de vida, ainda no ventre de minha mãe, numa casinha de dois cômodos, fundo de quintal, na rua Epitácio Pessoa, no. 112, entre as ruas Aurora e Jorge Lobato. Penso ter sido assim desde que, no dia 13 de junho de 1949, meus pais, Claudio e Terezinha, aop voltarem da casa de minha avó, Ida, à noite, subiam a rua Epitácio Pessoa, na Vila Tibério, e resolveram dar-me, eu ainda no ventre, o nome do Santo do dia: Antônio.

E foi assim quando nasci muito doente, na Santa Casa de Misericórdia, pelas mãos da parteira Djanira, no dia 22 de agosto, às 13horas e 15 minutos, e quando, praticamente renasci nas mãos de um padre da Igreja Santo Antônio, após batizado que se realizara para que eu não morresse pagão, como costumavam dizer, e, depois, quando um certo médico apostou na morte e mandou que minha mãe me levasse para morrer em casa e, ainda, quando um outro médico, Dr Álvaro Crosta, com uma única ampola, acreditou na vida e permitiu-me viver até nossos dias.

Penso que eu ouvia, sem reconhecer, na época, as palavras de Vicente de Paulo: “Os grandes propósitos são sempre embaraçados por diversos obstáculos e dificuldades. A carne e o sangue aconselharão a abandonar a missão; evitemos, portanto, dar-lhes ouvidos. Deus jamais altera aquilo que uma vez decidiu, seja o que for que de contrário nos aconteça.

E parti em busca de minha formação intelectual e profissional.

Minha vida escolar teve início no Grupo Escolar Guimarães Júnior, com Dona Cacilda Machado de Mello, ensinando-me as primeiras letras, e como amarrar os cordões dos meus sapatos. Passei pelo Otoniel Mota — 8 anos com a Professora Luci Musa Julião, Márcia De La corte, Antônio Santilli, Salvador Marturano, Romero Barbosa, Jorge Spirópolis, e tantos outros e, depois,  pelas Faculdades Barão de Mauá, onde terminei minha Licenciatura Plena em Matemática, Física e Desenho Geométrico, ale, de Pedagogia: Supervisão, Administração e Orientação Educacional  — foram 7 anos com os Professores Ruy Madsen Barbosa, Oswaldo Sangiorgi,  e outras inteligências matemáticas contratadas por Dr Domingos Spinelli para os primeiros anos do que, hoje, é o Centro Universitário Barão de Mauá.

Cuidei das Ordens de Pagamento no Banco Bandeirantes da rua São Sebastião, defronte ao Cine São Paulo, vendi peças na Lion  da rua Henrique Dumont, organizei e fui comprador/vendedor na loja Bérgamo Auto Peças.

As primeiras aulas, já como professor, recebi-as das mãos do Reverendo Gomes, no Colégio Metodista, em 26 de fevereiro de 1973. Passei depois pelo SENAI, pelo Colégio Santa Úrsula, pelo Ateneu Barão de Mauá, chegando., em 1995, ao Colégio Anchieta.

Durante esse período, permeando trabalho e estudos, meus caminhos se cruzaram com os de minha esposa, Lúcia Aparecida Degobbi Tórtoro, minha Luz, minha Julietra amante, minha Dulcinéia concretizada, minha Beatriz condutora, que me deu dois filhos dos quais muito me orgulho: Giovana, minha Lua, e Rodrigo, meu sol.

Em meus vôos místicos conheci a AMORC – Antiga e Mística Ordem Rosacruz e a Maçonaria – Loja Estrela D’Oeste.

Quanto ao meu trajeto literário, e como Quixote da Cultura de nossa cidade — iniciado com um poema publicado em 1989, na coluna Poetas de Ribeirão, no Jornal A Cidade — devo dizer que faço dele minha meta, o parâmetro essencial da minha auto-realização .

Tenho publicados três livros de poemas, sou membro de diversas entidades culturais, publico artigos em jornais e revistas, e faço da minha vida de educador, em contato com os jovens, a fonte restauradora da minha energia vital.

Eis a história dos meus encontros e desencontros, num discurso planejado pelo Grande Arquiteto do Universo, e que, em um de seus parágrafos destaca o Título de Cidadão Emérito que recebo nesta primavera, uma homenagem que muito me orgulha e honra, e pela qual sou grato ao meu amigo José Augusto e à Vereadora Darcy Vera.

Obrigado a todos aqui presentes ou não, e que participaram desse bailado humano que é minha vida. Da mesma forma que  os galhos de uma arvore devolvem a seiva à raiz, de onde veio; da mesma forma que um rio derrama sua corrente no mar, de onde proveio sua fonte, assim meu coração agradecido deleitar-se-á em retribuir o benefício ora recebido, dando continuidade ao meu trabalho no campo da cultura e da educação.

Boa noite e obrigado a todos.

Obrigado, minha Ribeirão Preto.

 

 

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ENTREGA DE TÍTULO DE CIDADÃO EMÉRITO PARA ANTONIO CARLOS TÓRTORO E PARA NILVA MARIANI: 06/11/1998 – CÂMARA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO.
VÍDEOS NO YOUTUBE.
PARTE 1: https://www.youtube.com/watch?v=Y-UZMP3NNbI&feature=youtu.be
PARTE 2: https://www.youtube.com/watch?v=GTWkjzEHEFY&feature=youtu.be
PARTE 3: https://www.youtube.com/watch?v=wQBNigL20kE&feature=youtu.be
PARTE 4: https://www.youtube.com/watch?v=D-Bh6C-faHA&feature=youtu.be
PARTE 5: https://www.youtube.com/watch?v=NNOcMpBrBEI&feature=youtu.be

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