Na noite de 7 de dezembro de 2012, no Hotel Nacional, AC Tórtoro e sua esposa, Lu Degobbi, participaram do lançamento da 2ª. Antologia Ponto & Vírgula.
AC Tórtoro prefaciou a obra a convite da organizadora do evento, Irene Coimbra.
Um noite literária inesquecível com boa música, declamações, dança e homenagens.
Parabéns a Gustavo Molinari, Leandro Silva, Raphael Heijy e Carolina Strackvinch que abrilhantaram a noite com um Show de músicas de alto nível profissional! Parabéns aos declamadores, Adélia Ouêd, Antônio Ventura, Débora Ventura, Elisa Alderani, Lucília Junqueira de Almeida Prado, Nely Cyrino de Mello e Nilva Mariani pelo show de declamação! Parabéns a Ely Vieitez Lisboa pela leitura dramática! Parabéns a Graça Novais, Mamãe Noel, que surpreendeu a todos! Uma Noite de Pura Magia e Beleza! Inesquecível!!!
Prefácio :
“…a alma vivia para sempre no Estandarte do Espírito para inspirar as gerações futuras”
Jack Weatherford – do Livro Gengis Khan
Na impossibilidade de espaço e tempo para uma análise individual de cada um dos textos apresentados nessa segunda Antologia do Ponto & Vírgula, um presente de Irene Coimbra para a Capital da Cultura, resolvi utilizar uma analogia a fim de expressar meu sentimento quando vi reunidos trabalhos — múltiplos e diversos de pessoas das mais diferentes formações e estilos literários —, com o objetivo de mostrar e deixar registradas para nossa história, a riqueza e força literária de um momento particular da vida cultural ribeirão-pretana.
Através dos séculos, nas estepes onduladas e relvadas do interior da Ásia, guerreiros carregavam um Estandarte do Espírito, chamado sulde, que era feito amarrando-se os fios das crinas dos seus melhores garanhões à haste de uma lança, logo abaixo da sua lâmina. Na medida em que os fios das crinas se agitavam e oscilavam ao ar livre, capturavam a energia do vento, do céu e do sol, e o estandarte canalizava essas energias da natureza para o guerreiro. O agitar das crinas ao vento incitava seu proprietário a seguir sempre em frente, estimulando-o a abandonar um lugar em busca de outro, para encontrar um pasto melhor, explorar novas oportunidades e aventuras, além de criar o próprio destino de sua vida neste mundo. A união entre o homem e seu Estandarte do Espírito tornava-se tão próxima que, quando ele morria, dizia-se que o espírito guerreiro residia para sempre naqueles tufos de crina. Enquanto o guerreiro estava vivo, o estandarte de crina carregava seu destino; na morte, ele se tornava sua alma. O corpo físico era rapidamente abandonado à natureza, mas a alma vivia para sempre no Estandarte do Espírito para inspirar as gerações futuras.
Uma Antologia é lança na qual são colocados os melhores textos de cada um dos escritores, enaltecendo autores consagrados e permitindo aos novatos uma janela para sua comunidade.
Na medida em que esse material é visitado por centenas, milhares de leitores, ganha energia, ganha vida própria, ganha um potencial incontrolável que é retransmitido aos seus autores.
Os comentários, críticas e elogios a respeito de cada uma das obras literárias que compõem uma Antologia, provocam seus autores a seguirem sempre em frente, instigando-os na busca de novos temas, novas formas de expressão, novos espaços onde divulgarem seus escritos.
Com o tempo, a união entre a Antologia e seus autores tornar-se-á tão próxima e profunda que, quando chegar, inexoravelmente, a hora de cada um morrer, seu espírito residirá para sempre naquelas páginas.
Enquanto o escritor estiver vivo, a Antologia carregará seu destino; na morte, tornar-se-á sua alma imortal.
O corpo físico de cada um dos autores, um dia unir-se-á à natureza, mas a alma deles, nas palavras publicadas, viverá para sempre como as crinas nos Estandartes do Espírito de guerreiros mongóis, a fim de inspirarem as gerações futuras.