COLÉGIO ANCHIETA NO SEU MOMENTO DE ÁGUIA

“Quando voa o condor/águia / Com o céu por detrás / Traz na asa um sonho / Com o céu por detrás / Voa condor/águia / Que a gente voa atrás / Voa atrás do sonho / Com o céu por detrás…”

Música O Condor – Oswaldo Montenegro
AGUIA-ANCHIETA

Diz uma lenda de motivação e perseverança que a águia é a ave que possui maior longevidade da espécie. Chega a viver setenta anos.
O Colégio Anchieta já completou trinta e cinco.
Mas para chegar a essa idade, continua a lenda, aos quarenta anos a águia tem que tomar uma séria e difícil decisão.
Nessa idade ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontando contra o peito estão asas envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil!
Encontram-se assim as instalações ocupadas atualmente pelo Colégio Anchieta na rua Chile, após mais de cinco décadas de uso: estrutura física de difícil adequação às exigências dos novos tempos e tecnologias.
Então a águia/colégio só tem duas alternativas: Morrer, ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar em torno de cento e cinquenta dias. Esse processo consiste, para a águia, em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só depois de cinco meses ocorre o formoso voo de renovação e para viver então mais trinta anos.
No caso do nosso Colégio Anchieta o processo é parecido. O pensamento de toda a comunidade Anchieta está voando alto, e no alto de nossos sonhos estamos desconfortáveis, mudando mentalmente de salas, de hábitos, de costumes, de locais de reuniões, de quadras, de anfiteatros, de campos, de piscinas: arrancando pedaços da alma. Estamos ansiosos e otimistas ante essa possibilidade única de chegarmos ao nosso novo voo de renovação para, então, viver mais trinta, sessenta, noventa anos.
Em nossa vida particular, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, velhos hábitos que nos causam dor.
No caso do momento vivido pelo Colégio Anchieta estamos muito bem preparados para nosso voo de renovação que nos levará a novas e modernas instalações no nobre bairro, na rua Camilo de Matos, Jardim Paulista, em 2015. Mas não vamos nos desprender de lembranças – do tempo vivido na rua Chile, Jardim Irajá, que são muitas e inesquecíveis -, nossos costumes e fazeres serão os mesmos em busca de permitir aos nossos pais e alunos o melhor em Educação, insistiremos em velhos mas eficientes/eficazes hábitos que nos levaram até onde estamos, sem nos esquecermos da adaptação sempre necessária aos novos tempos e lugares, num processo de crescimento que nunca nos causou dor.
Para algumas pessoas somente livres do peso do passado poderemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz, o que não é o caso do Colégio Anchieta porque o passado não nos pesa, mas sempre servirá de alicerce seguro para novos voos de águia como aquele que teremos a oportunidade de voar em 2015.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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