LI E GOSTEI: O SINAL

VIRGEM DE GUADALUPE E O SANTO SUDÁRIO

“O Sudário, a imagem mais controvertida do mundo, é nada menos que a imagem do Cristo Ressuscitado, o alfa e o ômega de toda a história cristã”.
Thomas de Wesselow

É impossível ler a obra de Thomas de Wesselow, O Sinal- O Santo Sudário e o segredo da ressurreição, sem que nos lembremos do manto do índio Juan Diego em que se encontra retratada a imagem da Virgem de Guadalupe.
Eu já conhecia a impressionante história ocorrida nas proximidades da cidade do México mas fui surpreendido pela descrição feita por Wesselow, um agnóstico cético, quando ele teve a oportunidade de se aproximar do linho que cobriu o corpo de Cristo.
“Por sorte, estou em pé perto do centro, de modo que posso virar a cabeça e olhar para a figura face a face. O efeito é hipnótico. Vista na horizontal, ela é misteriosa e evocativa; vits na vertical, tem um quê de aterrorizante. Os olhos inexpressivos, penetrantes — dois discos brancos num rosto que quase não está ali —, me fascinam. Nenhuma outra imagem que eu já tenha visto chega perto dessa — nem a fisionomia casmurra do Moisés de Michelangelo, nem o olhar assustador do Saturno de Goya. É inescapável a sensação de uma presença velada. Com a cabeça virada de lado, numa posição desajeitada, é fácil imaginar que alguém, atrás da imagem, devolve meu olhar. No entanto, com todas as ilusões, ele nada revela. Apenas olha também, em silêncio e sem piscar.
Além de arrebatador, o Sudário causa também forte perturbação.
O Sudário manifesta o poder amedrontador do desconhecido.
Ian Wilson descreve uma imagem dinâmica, como um holograma, cujo aspecto se altera com a mudança de posição do observador”.
Nesse livro, o historiador da arte Thomas Wesselow — que passou os últimos oito anos pesquisando o Sudário em tempo integral — desenvolve uma teoria interessante sobre o segredo que envolve a ressurreição de Cristo e a origem do cristianismo: “o verdadeiro fundador do cristianismo não foi Pedro nem Paulo, nem mesmo Jesus: foi o Sudário”.
No início da obra o autor se pergunta qual foi a faísca que inflamou e deu início ao cristianismo.
Ao final ele responde: “Atualmente, ela (a faísca) se encontra numa caixa à prova de fogo na catedral de Turim — um antigo pedaço de pano de linho, onde aparece a imagem espectral de um homem crucificado. Longe de ser uma falsificação medieval, o Santo Sudário é exatamente o mesmo objeto que, vinte séculos atrás, inspirou a crença na Ressurreição e deu origem à nova religião do cristianismo. O Sudário, a imagem mais controvertida do mundo, é nada menos que a imagem do Cristo Ressuscitado, o alfa e o ômega de toda a história cristã “.
Depois de anos consultando fontes históricas, desvendando evidências científicas e analisando o Evangelhos, o historiador da arte chega a uma conclusão bombástica e reveladora sobre a origem do cristianismo — não sem antes nos conduzir, em 477 páginas, por um passeio fascinante pela história da religião e narrar passo a passo os eventos que culminaram no fatídico Domingo de Páscoa.
Ao final de leitura de O Sinal fica a pergunta: seriam os mesmos os Artistas que produziram nos diferentes mantos as imagens da Virgem e do Cristo ?

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

CAPA-O-SINAL

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