AC TÓRTORO: PREFÁCIO DA SÉTIMA ANTOLOGIA DA PONTO&VÍRGULA

A convite da amiga Irene Coimbra fiz o prefácio da 7a. antologia Ponto & Vírgula ( leia abaixo).
O lançamento ocorreu em noite cultural festiva da qual participaram o escritor Antonio Carlos Tórtoro e sua esposa, a fotógrafa Lu Degobbi, participaram,na noite do dia 12 de dezembro de 2015, das 20h às 23h30, no Hotel Nacional da Rua Duque de Caxias, 1313 – Ribeirão Preto.CAPA-SÉTIMA-ANTOLOGIA-P&V-I

PREFÁCIO DA SÉTIMA ANTOLOGIA DO PONTO & VÍRGULA
“Jacó trabalhou sete anos para poder ter Raquel. Mas, porque ele a amava, esses anos pareceram poucos dias.”
Genesis 29:20

Na impossibilidade de espaço e tempo para uma análise individual de cada um dos textos apresentados nessa sétima Antologia do Ponto & Vírgula — mais um presente de Irene Coimbra para a Capital da Cultura — resolvi refletir sobre a importância do número sete a fim de expressar a importância do momento desse lançamento, ao ver reunidos trabalhos — múltiplos e diversos de pessoas das mais diferentes formações e estilos literários —, com o objetivo de mostrar e deixar registradas para nossa história, a riqueza e força literária de mais um momento particular da vida cultural ribeirãopretana.
O número sete representa a totalidade, a perfeição, a consciência, a intuição, a espiritualidade e vontade. O sete simboliza também conclusão cíclica e renovação. Mas justamente por representar o fim de um ciclo e o começo de um novo, é um número que também traz a ansiedade pelo desconhecido: a espera pela oitava antologia, que certamente virá.
Segundo a bíblia, Deus criou o mundo em seis dias e descansou no sétimo, fazendo dele um dia santo, por isso o sabbat, o sétimo dia, não é um dia de descanso que está exterior à criação do mundo, mas sim é o dia de coroamento da criação, é o dia em que o ciclo se encerra em sua perfeição: também o lançamento dessa antologia da Irene será o encerramento de um ciclo perfeito, mas também o ponto de partida para muitos outros ciclos de sete novas edições.
O número sete designa também a totalidade das ordens planetárias, as moradas celestes, a totalidade da ordem moral, das energias e principalmente da ordem espiritual, e simboliza ainda um ciclo completo, uma perfeição dinâmica. Cada período lunar dura sete dias, remetendo também para uma mudança depois de um ciclo concluído e de uma renovação positiva: para quem conhece Irene Coimbra, assim também deverá ocorrer a partir desse lançamento da sétima antologia – uma renovação sempre positiva.
O número sete é um regulador de vibrações, como se pode notar nas sete cores do arco-íris e nas sete notas da gama diatônica. A tradição hindu atribui ao sol sete raios, sendo que seis correspondem às direções do espaço e sétimo corresponde ao centro. Ou seja, o número é a síntese, assim como no arco-íris a sétima cor é o branco que também é a síntese das demais cores: o conjunto das sete edições representam bem uma síntese de um período literário da fértil literatura ribeirãopretana.
E mais.
Universalmente, o número sete é o número da dinâmica e do movimento, e por isso é também a chave do Apocalipse (sete igrejas, sete estrelas, sete trombetas, sete espíritos de deus, sete trovões, sete cabeças, etc). O número sete é muito frequentemente utilizado na Bíblia, o número sete é utilizado 77 vezes no velho testamento: o número sete, por ser esse número da dinâmica, é também o número de Irene.
Enfim, uma Antologia é espaço privilegiado no qual são colocados os melhores textos de cada um dos escritores, enaltecendo autores consagrados e permitindo aos novatos uma janela para sua comunidade.
Na medida em que esse material é visitado por centenas, milhares de leitores, ganha sete vidas, ganha energia, ganha vida própria, ganha um potencial incontrolável que é retransmitido aos seus autores.
Os comentários, críticas e elogios a respeito de cada uma das obras literárias que compõem uma Antologia, provocam seus autores a seguirem sempre em frente, instigando-os na busca de novos temas, novas formas de expressão, novos espaços onde divulgarem seus escritos.
Com o tempo, a união entre a Antologia e seus autores tornar-se-á tão próxima e profunda que, quando chegar, inexoravelmente, a hora da indesejada das gentes, seu espírito residirá para sempre naquelas páginas.
Enquanto o escritor estiver vivo, a Antologia carregará seu destino; na morte, tornar-se-á sua alma imortal.
O corpo físico de cada um dos autores, um dia unir-se-á à natureza, mas a alma deles, nas palavras publicadas, viverá para sempre, envolvidos em setenta vezes sete infinitos ciclos, a fim de inspirarem as gerações futuras.
E da mesma forma que no tempo de Jacó, sete anos pareceram poucos dias, também os sete anos da Antologia Ponto& Vírgula pareceram breves pelo amor que cada um dos participantes demonstraram pela arte de Camões.
Que venham mais outras sete edições.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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