“Tomou Doril…a dor sumiu”.
Se um dia você sentir uma dor insuportável, antes de apelar para Nossa Senhora das Dores tente buscar ajuda do Balcão 22 da Clínica de dor, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.
Para quem ainda não sabe, Nossa Senhora das Dores ou Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa) é um dos vários títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história. Este título em particular refere-se às sete dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida terrestre, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo. O culto à Nossa Senhora das Dores iniciou-se no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. A festa de Nossa Senhora das Dores como hoje a conhecemos, celebrada em 15 de setembro, teve início em Florença, na Itália, no ano de 1239 através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana.
Continuando.
No último dia 6 de janeiro, Dia dos Santos Reis, ao olhar para o meu presépio encontrei os Reis Magos entregando presentes ao Menino Jesus depois de terem seguido uma Estrela Guia.
Vendo meu filho sofrendo dores por mais de trinta dias, apesar da carga enorme de analgésicos, não titubeei, e pedi, mesmo sabendo não merecer, um presente especial ao Magos: que a dor — que meu filho sentia, após um mês de uma séria e invasiva cirurgia — fosse afastada do antebraço dele.
Meu pedido foi ouvido por uma fada madrinha chamada Rita, e em seguida, repassado, possivelmente via WhatsApp, e atendido pelos Magos Gaspar, Baltasar e Melchior.
No dia seguinte, guiado não por uma Estrela, mas pelo GPS do meu NOKIA 930, segui as indicações: Arnaldo Victaliano, Plinio de Castro Prado, Francisco Junqueira, rotatória Amim Calil, Barão de Cotegipe, Gustavo Jorge, Antônio Helena Zerrener, Paranapanema, Luigi Rosiello, Lucas Nogueira Garcêz, Catão Roxo, Hélio Lourenço, Hospital das Clínicas, Clínica de dor e Balcão 22: e lá estava um anjo — eu diria uma anja, não fosse a existência do intransigente substantivo sobrecomum masculino…— sem asas, mas com mãos milagrosas e um sorriso cativante.
Meu filho não tomou Doril…mas como que por milagre a dor sumiu. A dor sumiu, retirada por mãos abençoadas… apesar do uso — que reputo seria desnecessário, de seringa, agulhas e algumas substâncias celestiais.
Reputo que foi desnecessário o uso de qualquer coisa material quando senti o tamanho do amor e dedicação com que a Dra. Gabriela Rocha Lauretti — a “anja” loira, sem asas — presta seus serviços médicos.
Penso sempre que não há situação, por pior que seja, que resista ao milagre do amor. Quando o amor entra em ação, tudo vence e tudo acalma. Onde o amor se apresenta, foge a dor, se afasta o sofrimento.
Foi o que aconteceu nesse momento de minha vida…e então me lembrei de um artigo de Paulo Coelho:
“Li no jornal sobre uma criança, em Brasília, que foi brutalmente espancada pelos pais. Como resultado, perdeu os movimentos do corpo e ficou sem fala.
Internada no Hospital de Base, ela foi cuidada por uma enfermeira que lhe dizia diariamente: “eu te amo”.
Embora os médicos garantissem que não conseguiria escutá-la, e que seus esforços eram inúteis, a enfermeira continuava a repetir: “Eu te amo, não esqueça”.
Três semanas depois, a criança havia recuperado os movimentos. Quatro semanas depois, voltava a falar e sorrir.
A enfermeira nunca deu entrevistas, e o jornal não publicava seu nome.
Mas fica aqui o registro, para que não esqueçamos nunca: o amor cura”.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br