LI E GOSTEI: NAZISTAS ENTRE NÓS

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ESQUERDOPATAS ENTRE NÓS

Lendo o livro Nazistas entre nós, de Marcos Guterman, foi impossível não tecer um elo entre os fatos narrados e o atual momento por que passa nosso país.
Mas o Julgamento de Nuremberg e o Lava Jato, mantidas as devidas proporções e situações diversas, têm em comum um fato: em ambos os casos muita gente acha que, presos os corruptos maiores, os demais, usados como massa de manobra, por uma conveniência social e política, devem/deverão ser esquecidos.
Frisemos que, em ambos os casos, milhões de pessoas já morreram, e estão morrendo, por culpa das decisões de seus respectivos governantes.
Na apresentação do livro temos que : “No caso dos nazistas isso só foi possível — alguns nazistas escaparem da Justiça durante décadas e foram recebidos, em diversas partes do mundo, como cidadãos honrados e bons vizinhos, sendo que em muitos casos nem precisaram trocar de nomes — porque ao olhos de muita gente, os principais líderes nazistas já haviam sido punidos e a vida tinha de continuar. Afinal a guerra, já era “coisa do passado” — e era no passado que o regime assassino de Adolf Hitler e seus inúmeros cúmplices tinham que ficar. O que veremos nas próximas páginas é que esse esquecimento deliberado, que permitiu a muitos carrascos nazistas viverem em paz, serviu ao propósito de poupar energias e unir forças para a luta contra os comunistas na Guerra Fria. Afinal, os nazistas, que haviam combatido como poucos o “perigo vermelho”, foram não somente tolerados como acabaram servindo, em muitos casos, como agentes de países democráticos para enfrentar a União Soviética. Nesse contexto, o Holocausto passou a ser descrito quase como uma extravagância, fruto unicamente da mente criminosa de Hitler e de seus sequazes próximos, numa tentativa pouco sutil de isentar todos os demais de responsabilidade. Esse conveniente acordo tácito para aplacar consciências permitiu que muitos nazistas reconstruíssem suas biografias depois da guerra e, já reintegrados à sociedade, ajudassem a circunscrever o Holocausto ao cantinho das curiosidades da Segunda Guerra — como se o genocídio dos judeus não tivesse tido a participação de grande parte dos alemães e a colaboração de quase toda a Europa – inclusive do Vaticano e Cruz Vermelha para fuga de nazistas para a América do Sul. Estava aberto o caminho para a impunidade de terríveis criminosos de guerra, vergonha da qual o mundo jamais se recuperou”.
Então vejamos o seguinte, se é que ainda não fui claro.
Se a Lava Jato não conseguir punir todos os corruptos, o povo brasileiro será vítima duas vezes: quando sofreram com os desmandos dos petistas, e quando, impotentes , dezenas de milhões de desempregados virem seus algozes escaparem da Justiça — depois dos Mensalões e Petrolões —, e viverem a vida normal que os sobreviventes dos anos do lulopetismo — destroçados nos hospitais sem atendimento médico adequado, nas escolas sem condições mínimas de atuação, nos presídios superlotados e sem as mínimas condições humanas — não poderão viver.
Os nazistas, responsáveis pelo Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, foram exemplarmente punidos após a derrota alemã?
Serão os esquerdopatas adeptos de Gramsci, e corruptos de diversos partidos —responsáveis pela situação que vive hoje o Brasil —, exemplarmente punidos após o impeachment de Dilma e a execração pública do PT nas urnas ?
Eis a pergunta que fica após a leitura dessa obra incrivelmente instigante do jovem historiador formado pela PUC-SP, mestre pela mesma instituição, doutor em História pela Universidade de São Paulo e pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP, especialista em nazismo e antissemitismo, jornalista profissional no O Estado de São Paulo desde 2006, após 14 anos de Folha de São Paulo.
No livro de Guterman, nenhuma novidade sobre as atrocidades de Klaus Barbie, Josef Mengele, Albert Speer, Franz Stangl, Gustav Wagner e Adolf Eichmann…que sempre afirmaram ser inocentes, e que só cumpriram ordens de Hitler…mas é importante o registro da impunidade de outros, que com eles, foram coniventes com o Holocausto.
Espero que um dia, um jornalista não tenha que escrever o livro Esquedopatas e corruptos entre nós, comentando sobre nossos tempos atuais, sobre a prisão de Lula, a vida tranquila de Zé Dirceu, Palocci, Dilma e outros em prisão domiciliar… e os mesmo corruptos de hoje, instalados em altos cargos públicos, como se nada tivesse acontecido, sendo tudo culpa somente do mandante: Lula.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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