TRUMP…A DILMA DOS EUA.
“Trocando em miúdos, a classe c, aquela que surgiu gloriosa nos anos do lulopetismo em razão de políticas que claramente não tinham sustentação de longo prazo, é hoje a que mais sofre as consequências do desastre econômico brasileiro, conforme muitos de nós alertamos”
Monica Baumgarten de Bolle.
O motivo do título me foi sugerido quando percebi que Dilma fez o que fez acreditando realmente que poderia dar certo: assim como Trump está fazendo em seu início de governo.
Trump acredita que com uma canetada pode mudar o mundo, e que o mundo irá se adaptar pacificamente aos seus desejos.
Possivelmente ele pensa como Dilma: parafraseando Jim Holt, autor de Why Does the World Exist” — “Suponha que nada exista. Nesse caso, não há inflação, uma vez que a inflação é, afinal, alguma coisa. Se não há inflação, tudo é permitido. Se tudo é permitido, nada é proibido. Portanto, se a inflação não existe, nada é proibido” — Como queríamos demonstrar, diriam Dilma e Mantega recorrentemente.
Também para Trump, nada é proibido.
Em pensando assim o governo Dilma, “vitimado por um transtorno de ansiedade, acabaria por resvalar no desequilíbrio estético, algo como uma túnica maoísta com ombreiras, calça boca de sino, arrematada por um quepe verde e amarelo e sandálias de plataforma”.
Possivelmente é isso que ocorrerá, daqui a algum tempo, com o governo Trump, se ele continuar dando canetadas sem discutir, com as pessoas que discordam dele, as consequências de seus atos: matará as borboletas azuis norte-americanas.
E para que se constate minha afirmativa, só lendo Como matar a borboleta azul, uma crônica da era Dilma no qual Monica é capaz de transitar no mundo das ideias com uma facilidade espantosa, selecionando aquelas que iluminam a história recente do Brasil e da economia mundial… É uma economista que combina o rigor do pensamento matemático com uma visão humanista das relações econômicas.” Carlos Alberto Sardenberg, jornalista. Conta-se que, na década de 1970, atormentados por uma superpopulação de coelhos, os ingleses adotaram uma política tão bem-intencionada quanto equivocada, que culminou com a extinção da borboleta-azul no sul do país. O triste fim da bela borboleta é a metáfora escolhida pela economista Monica Baumgarten de Bolle para descrever a desconstrução do Brasil durante os anos de Dilma Rousseff (2011-2016). Depois de o Plano Real reduzir a inflação a patamares suportáveis e permitir a implantação de um conjunto de políticas sociais mais inclusivas, a presidente chegou ao poder determinada a reformular tudo. Na prática, sua gestão levou a economia brasileira a uma situação catastrófica cujos efeitos se farão sentir por muito tempo. Em texto fluente, Monica de Bolle acompanha erros e desacertos da presidente, ano a ano, passo a passo, desvendando cada um de seus desatinos. Porém, no lugar de gráficos e tabelas, o leitor encontra drama, uma história de suspense e terror, com vilãs, vilões e pouquíssimos heróis, narrada com pitadas de surrealismo e saborosas citações a filmes e obras da literatura. A dura realidade ganha contornos humanos e compreensíveis mesmo para quem não tem nenhuma familiaridade com o chamado economês.
Como matar a borboleta azul é leitura obrigatória para quem deseja entender como foi engendrada a atual crise da economia brasileira, em linguagem acessível.
Em forma de crônica, Monica faz uma análise profunda e descomplicada sobre a política econômica do Brasil.
Pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, a autora já viajou o mundo ajudando governos a solucionar crises econômicas.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br