HOMENAGEM PÓSTUMA AO AMIGO ANTONIO CESE

ANTONIO CESE NÃO MORREU

“Existem pessoas que passam em nossas vidas, mas se vão um dia; outras há que não passam, nem ficam – mas marcam. E ainda existem aquelas que quando percebemos já estão ao nosso lado, já marcaram nossos dias e conquistaram nosso coração.”

Marcela Barbosa

A partir dessa primavera de dois mil e dezessete, o Clube de Regatas estará menos aconchegante, menos afetuoso, menos nosso.
Doravante faltará um anfitrião especial que sempre agiu com a humildade dos sábios, moderador paciente, mesmo diante de situações que pareciam levar para confrontos com conseqüências imprevisíveis.
Eu não diria que Cese era um “rato de biblioteca” , mas posso garantir que foi um membro da diretoria do Regatas que mais recebeu, comigo e Lu Deggobbi, escritores convidados por mim para manhãs de autógrafos: e, em geral, quando não comparecia, gentilmente se desculpava.
Cese nunca dizia não: era sempre portador de um “vamos ver com alma” que sempre era seguido, dias depois, por uma solução indiscutível.
Meu xará Antonio foi uma pessoa que, enquanto convivemos, conquistou meu coração pela paz e tranquilidade que transmitia.
Encontrá-lo todo final de semana, acompanhado de sua Julita, abraçá-lo, e trocar cumprimentos, sempre foi motivo de alegria para mim e minha esposa.
Digo que Cese não morreu, porque grandes homens não morrem…permanecem vivos na memória coletiva: e Antonio Cese é um grande homem, um especial ser humano.
Não fui ao seu velório: prefiro continuar tendo dele a imagem viva, ativa e sempre presente daqueles que nasceram para servir aos seus semelhantes, estejam seus irmãos onde estiverem.
Vou revê-lo no bocha, na beira do Pardo, na lanchonete, na biblioteca, na portaria, no estacionamento do Regatas, quando estiver observando alguém de cabelos grisalhos, estatura baixa, andando pausado, que me fará lembrar o inesquecível amigo/irmão de tantos anos.
Não vou falar em dor da perda, porque creio que nunca perdemos um amigo/irmão de verdade, ele somente muda de dimensão: mas será difícil nos acostumarmos com o Regatas sem o Cese.
Shakespeare diz que “Não importa em quantos pedaços o seu coração foi partido, o mundo não para, para que você o concerte”, então, a folia, o show da vida vai continuar, o tempo vai passar… “e sem que se perceba a gente se encontra pra uma outra folia”.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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