LI E GOSTEI: CHURCHILL DESMASCARADO

DUAS FACES DA MESMA MOEDA: WINSTON CHURCHILL

“A crença de Churchill de que a Turquia exercia um papel de pivô na guerra, como havia acreditado na Primeira Guerra  Mundial, iria continuar a distrair sua atenção de assuntos genuinamente importantes”.

“Isso era Churchill sendo sábio após o evento”.

“Churchill não conseguia perceber nenhuma das realidades dessa situação anteriormente à catástrofe”.

“Me pergunto se algum historiador do futuro será jamais capaz de pintar Winston em suas verdadeiras cores: talvez a falha mais notável dele seja que nunca pode ver um problema estratégico inteiro, imediatamente – Comandante Alan Brooke“

“Foi apenas depois de o fato óbvio ter se tornado evidente — que Stálin faria como desejava — que Churchill subitamente desejou advertir o mundo a respeito da praga do comunismo”.

Em junho de noventa e cinco , ganhei de presente e li  o livro “Churchill, Memórias da Segunda Guerra Mundial, uma edição condensada dos seis volumes de The Second World War, com epílogo do autor (Winston S. Churchill)  sobre os anos do pós-guerra, redigido para o referido volume  de 1193 páginas, Editora Nova Fronteira.
Em maio de 2012, comprei e li Churchill Desmascarado, de Nigel Knight , com 480 páginas, Editora Larousse.
Na orelha do primeiro livro, lemos: “ Dotado de notável visão para o longo prazo,Churchill foi desde cedo a voz mais eloquente a desafiar a barbárie. Negociando, atuando, advertindo e, sobretudo, decidindo, testemunhou passo a passo — e aqui nos conta em detalhes — a ascensão do nazismo e o rearmamento alemão, a alteração do balanço de poder na Europa, a formação do Eixo, o irresistível avanço de Hitler, a queda da França, o período de isolamento e quase exaustão da Inglaterra, a ampliação  das operações militares, a formação da grande aliança com os Estados Unidos e União Soviética, a retomada da ofensiva pelos aliados, o fim do conflito e do  desenho, duramente negociado, do novo mapa político do mundo.
Jornalista e historiador, escritor por vocação, ativo nesse ofício ao longo de toda a vida, Churchill consegue uma narrativa fiel à atmosfera de tensão que acompanha deliberações em tempo real. Chefe político, escreve sobre os bastidores de decisões cruciais, inclusive a de usar a bomba atômica contra o Japão. Estrategista militar experimentado — fora chefe do Almirantado inglês e ministro encarregado das munições durante a Primeira Guerra Mundial — mostra-se capaz de compreender em cada momento a evolução geral do conflito e conduzir pessoalmente as decisões do seu estado Maior. Observador agudo de personalidades, deixa um magistral retrato de Roosevelt, Stalin , De Gaulle, Hitler e Mussolini em ação”
Tudo isso parece não passar de autoelogio ao lermos a obra de Nigel Knight que escreve:
“Na imaginação popular, Winston Churchill é considerado o maior dos britânicos. Ele foi a voz solitária que preveniu sobre a ameaça da Alemanha nazista e a mão firme e ousada que conduziu a Grã-Bretanha em seus dias mais sombrios até a vitória final na Segunda Guerra Mundial.
No entanto, na história real, o serviço militar de Churchill seria marcado por sua impetuosidade e busca de glória. Suas falhas não ficaram confinadas apenas às duas guerras mundiais. Churchill ajudou, ainda, a criar o moderno Estado do Iraque, cujos problemas continuariam no século XXI. Também ajudou a provocar a divisão da Irlanda, o que viria a causar violência durante décadas.
Em tempos de paz, os fracassos de  Churchill eram claramente evidentes em sua administração equivocada da economia. Ele foi responsável por políticas contraditórias que causaram desemprego e levaram à greve geral de 1926, tornando a economia mais suscetível à Depressão dos anos 1930.
Churchil Desmascarado  é baseado em uma rigorosa pesquisa sobre a vida política de Winston, que apresenta um histórico real sobre sua carreira, revelando não somente que há pouca verdade nessa imagem de seu bem-sucedido desempenho como primeiro-ministro durante a guerra, mas também que a atuação de Churchill nesse período se enquadrou em um padrão de estratégias desastrosas e decisões erradas que arruinou sua biografia política”.
Enfim , conclui Nigel —  Professor de política britânica na Universidade de Cambridge e de economia e política no Magdalene College — “Na mais profunda das ironias, foi Hitler que tornou Churchill uma figura histórica. Não tivesse sido por Hitler, Churchill nunca seria lembrado como primeiro lorde do almirantado em 1939, quanto mais se tornado primeiro-ministro. Ele teria terminado sua carreira política em 1929, como ministro do Tesouro. Teria sido uma figura menor na história política britânica e estaria bastante esquecido atualmente. É por causa do papel de Churchill na Segunda Guerra  Mundial, e porque ele próprio escreveu tanto da história que nos lembramos de Churchill, acima de todo o resto, pela derrota de Hitler. Hitler , entretanto, é lembrado por si mesmo”.
É ler as duas obras e escolher a face que melhor convier.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO70_11723-1

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