ARTIGO DE AC TÓRTORO: O NÚMERO 24 E EU

 

O juiz Ricardo Cyfer, da 10ª. Vara Cível, concedeu liminar para obrigar a CBF a se manifestar, em 48 horas, sobre o porquê da Seleção Brasileira ser a única que disputa a Copa América a não usar o número 24 para identificar seus jogadores. Caso não responda a determinação, a confederação está sujeita a multa diária de R$ 800,00.

Será que todos os demais números estão sendo usados nas camisetas dos atletas?

E se o número não utilizado fosse o 13?  Teríamos a mesma indagação judicial?

Parece piada, mas não é.

Esse fato me fez lembrar meus tempos de Tiro de Guerra., no início dos anos 60.

Eu era Monitor do Sargento Osny.

Quando as FFAA enviaram a numeração dos novos convocados, acabei recebendo o número 24: já naqueles idos tempos o  número 24, era considerado como tendo uma conotação histórico cultural que o associa aos gays.

Em tempo: o número 24 é identificado, no jogo do bicho, pelo veado.

Pouco me importei com isso porque um número não caracteriza um homem: inclusive, atualmente, minha Cadeira na ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras é a 24, cujo Patrono é Batista Cepelos.

Fui então procurado pelo Sargento, um tanto quanto constrangido. Ele me informou que havia pedido à cúpula que retirasse o número da relação, pulando do 23 para o 25: mas a proposta não foi aceita…óbvio.

Durante todo aquele ano, nunca tive problemas com o número que, para muitos machistas ignorantes, é ofensivo.

O 24 é o nosso 13: o galo, macho, no jogo do bicho.

Sabemos que na capital paulista, alguns edifícios evitam o número por pura superstição, situação que ocorre muito nos Estados Unidos. A justificativa é a superstição que envolve o número 13, considerado de azar em algumas crenças. Patrick Kwan, um americano de ascendência chinesa de 33 anos que mora em um novo complexo de apartamentos em Manhattan, achou engraçado que seu moderno prédio, cujos inquilinos podem pedir serviços de zelador por meio de um aplicativo de iPhone, não tenha um 13° andar. Com frequência, e principalmente nos Estados Unidos, o andar número 13 dos hotéis é reservado exclusivamente para os funcionários. Às vezes ele é indicado por um M (13 em latim). Quase 80% dos arranha-céus americanos, incluindo hotéis, não têm botão número 13 no elevador!

Bons exemplos disso também são os conceitos sobre os números 4 (borboleta) e o 8 (camelo), na China. E tudo isso porque o som da palavra ‘quatro’ em chinês, é foneticamente semelhante ao som da palavra morte. … Já o número 8 é o querido, mais amado e adorado por todos os chineses, pois representa sorte, prosperidade, sucesso

Mas no caso do 24 o problema não é de superstição: é problema de preconceito. Quem tem seu nome ligado ao número 24 é veado, é gay.

Noto que esse número me persegue, mas nunca interferiu em minha masculinidade: é só um número como outro qualquer.

É muito mimimi para o meu gosto.

Em tempo: sou sãopaulino com muito orgulho, orgulho que nada tem a ver com a revolta de Stonewall.

 

 

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