DNA É INTELIGENTE
“Como disse o ayahuasquero Pablo Amaringo: “Uma planta pode não falar, mas contém um espírito que é consciente, que tudo vê, é a sua alma, a sua essência e a torna viva”
Acabo de ler o livro “A serpente cósmica – DNA a origem do conhecimento, do antropólogo, Jeremy Narby que dedicou-se ao estudo da tribo Ashaninca e a sua metodologia de exploração dos recursos da selva amazônica ( 85.000 espécies).
Narby iniciou a sua investigação com o enigma da “comunicação com plantas”. Aceitou a ideia de que as alucinações podem ser fontes de informação verificável. Terminou criando uma hipótese sugerindo que a mente humana pode se comunicar no estado de consciência desfocalizada com a rede global do DNA – base da vida.
No entanto esta perspectiva contradiz os princípios da ciência ocidental. Apesar da insólita hipótese, esta pode ser testada pelos biólogos. Este teste consiste na verificação de poder encontrar-se no mundo alucinatório dos ayahuasqueiros informação biomolecular. Contudo a biologia atual não receberia este convite de boa vontade porque ele vai contra os princípios que constituem todas as suas pré-suposições, o que Narby chama de o seu “Ponto Cego” de origem histórica.
O trabalho de Jeremy Narby nessa pesquisa foca em descobrir padrões semelhantes entre a “linguagem das essências da vida” na floresta e a linguagem do DNA. Encontrou o seguinte: dupla e enrolada ou enrolada-enrolada (twisted-twisted) ou, na linguagem shamânica “yoshtoyoshto”, correspondência perfeita. “O DNA é uma dupla-dupla linguagem enrolada em si mesma. Justamente a “linguagem torcida” das “essências vivas, ou espíritos da natureza, segundo os shamansHipótese “Sua hipótese sugere que o chamado DNA, pelos cientistas, corresponde às essências animadas com as quais os shamans dizem comunicar-se e que são as responsáveis pela animação da vida em todas as suas formas.
A biologia moderna, entretanto, se fundamenta na noção de que a natureza não é animada por uma inteligência e que, portanto, não pode se comunicar. Esta pressuposição se origina da tradição materialista estabelecida pelos naturalistas dos séculos 18 e 19. Naquela época necessitava-se de coragem para questionar as explanações sobre a vida estratificada por uma leitura literal da bíblia. Por adotarem um método científico baseado na observação direta e na classificação das espécies, Linnaeus, Lamarck, Darwin e Wallace, audaciosamente, concluíram que as diferentes espécies evoluíram com o tempo – e que não haviam sido criadas em formas fixas, há 6 mil anos, no Jardim do Éden”.
A “aproximação racional” (rational approach) tende a minimizar aquilo que não consegue compreender… A “aproximação racional” principia-se na idéia de que tudo é explicável e de que o mistério, de uma certa forma, é o inimigo. Isto significa que se preferem as respostas pejorativas, e às vezes erradas, para não se admitir a própria falta de conhecimento”.
Esta hipótese baseia-se na seguinte suposição: o DNA, na sua natureza e de um modo geral é inteligente. Jeremy Narby reconheceu nas Serpentes Cósmicas, o DNA, que elas são vivas e dotadas de inteligência e a sua compreensão ajudará a mudar a perspectiva científica e o nosso modo de encarar o mundo.
Enfim, é uma obra interessante, e que merece ser lida, principalmente por aquelas pessoas que gostam de conversar com suas plantas.