ARTIGO: ESCOLA NÃO É CASA DA SOGRA

 

ESCOLA NÃO É CASA DA SOGRA

 

 

A expressão “casa da sogra” é uma gíria que se refere a ambientes sem regras, limitações ou bom-senso. 

 

 

Ato I

A mãe do Joãozinho aparece na portaria da escola com um pedaço de bolo nas mãos, exige entregá-lo ao filho, vinte minutos antes do intervalo para recreio, entrando na sala de aula onde mais trinta outros alunos assistem uma aula de Matemática.

 

Ato II

A secretária pede a mãe que deixe o pedaço de bolo com ela: ele será entregue ao Joãozinho logo após o sinal de recreio.

 

Ato III

A mãe acusa a escola de estar com “frescura” e ameaça cancelar a matrícula da criança para o ano seguinte, sem pensar nas conseqüências de sua decisão intempestiva.

 

Vamos refletir com maturidade e responsabilidade que a situação exige:

 

  1. A mãe não pensou que poderá ser constrangedor para seu filho, ser tratado de forma diferente dos demais, e vir a ser motivo de “bullying”.
  2. A mãe, em momento algum, pensou sobre a hipótese de que o filho poderá estar feliz entre seus amigos, e que não deseja sair da escola.
  3. Essa mãe não pensou que, se ela pode interromper uma aula no momento em que bem entende, outras mães, ou parentes dos alunos poderão exigir o mesmo “direito”.
  4. Essa mãe parece não conhecer histórias reais em que crianças foram retiradas da escola por supostos parentes, e foram seqüestradas e até mortas.

 

Feitas as considerações acima, sabemos que uma escola deve adotar normas rígidas de entrada e saída, inclusive para os pais, visando garantir a segurança das crianças e o bom andamento das atividades escolares. A segurança é a principal preocupação: a circulação de pessoas nos corredores da escola, pode colocar em risco a integridade dos alunos e comprometer o controle sobre quem entra ou sai do ambiente escolar.

 

Além disso, o respeito ao momento de aula é fundamental. Interrupções constantes, como pais entrando nas salas sem necessidade, prejudicam o foco dos alunos e atrapalham o ritmo das aulas, afetando o aprendizado coletivo.

 

As regras criadas pela escola, também ajudam a criar um ambiente mais organizado, onde todos os envolvidos – alunos, professores e pais – compreendem e respeitam a importância da rotina escolar. O acesso controlado, com horários específicos para entrada e saída, reforça a responsabilidade dos pais em colaborar com a educação de seus filhos e valorizar o tempo de aula.

 

Em resumo, uma escola não pode ser uma casa da sogra. Normas rígidas asseguram não apenas a proteção física das crianças, mas também a manutenção de um ambiente de ensino eficiente e respeitoso.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com

 

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