VOU TIRAR MEU FILHO DESSA ESCOLA!
Quando os pais dizem isso, na entrevista com o Orientador Educacional, essa situação se torna delicada, mas infelizmente comum.
Pais que reagem com ameaças de tirar o filho do colégio quando chamados para conversar sobre dificuldades de aprendizagem e indisciplina, muitas vezes podem estar lidando com sentimentos de frustração, culpa, medo de julgamento ou negação do problema.
Para alguns pais, é mais fácil culpar a escola do que encarar a necessidade de mudança em casa ou no comportamento do filho. Tirar o aluno do colégio parece uma “solução rápida”.
Se o relacionamento com a instituição, o pai considerar que não é sólido, qualquer apontamento pode ser visto como acusação, e não como ajuda.
Muitos pais não compreendem o papel compartilhado da escola e da família na formação do aluno. Acham que a escola deve resolver tudo sozinha.
Alguns temem que seu filho seja “rotulado” como problemático, o que gera reações defensivas.
Quando isso acontece procuro ter uma escuta empática e postura acolhedora: mostrar que o objetivo da conversa é ajudar o aluno, e não culpar ninguém.
Tento reforçar que o colégio está estendendo a mão, e não apontando o dedo, e demonstrar que a permanência do aluno na escola está condicionada ao compromisso de todos com sua melhoria, inclusive da família.
Tento, quando diálogo é possível, construir pontes entre a família e a escola para evitar sofrimento do aluno diante de suas dificuldades.
Mas, infelizmente, na minoria das vezes, qualquer tentativa de torna inútil, para prejuízo, sempre, do aluno.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
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