ARTIGO: UM BEIJO DO UNIVERSO

 

UM BEIJO DO UNIVERSO

 

“Ai que saudade de um beija-flor / que me beijou depois voou/ prá longe demais…”

                                                        Música Flor e o beija-flor

 

Hoje, algo extraordinário aconteceu logo nas primeiras horas da manhã.

Ao entrar no estacionamento do colégio em que trabalho, fui surpreendido por uma visita inusitada: um beija-flor.

Pequeno, vibrante e leve como um sopro de vida, ele sobrevoou o para-brisa do meu carro e, por um breve instante, parecia ter me presenteado com um beijo. Um gesto simples, mas carregado de significado.

Naquele momento, senti como se os céus me enviassem uma mensagem clara e serena: “Siga em frente. O passado cumpriu o que tinha que cumprir. Agora é hora de libertar-se.” Era como se o universo, com sua sabedoria sutil, me chamasse à renovação, ao desapego, à leveza. Um convite para soltar amarras invisíveis que, muitas vezes, nos prendem a lembranças, culpas, dores ou nostalgias.

Aquele breve encontro me preencheu de uma energia incomum — uma mistura de liberdade, alegria e esperança. Era uma sensação de estar exatamente onde deveria estar, como se tudo no cosmos estivesse em harmonia e, de algum modo, eu também fizesse parte desse concerto silencioso e perfeito. Não era apenas um pássaro — era um mensageiro.

O beija-flor, na simbologia espiritual, representa exatamente isso: leveza, beleza, resiliência, transformação. Ele nos ensina a viver o presente com plenitude, a buscar a doçura da vida, mesmo quando os ventos são contrários. Ele não permanece muito tempo em um lugar, mas onde pousa, espalha graça.

Naquele instante, percebi que havia recebido um presente. Um sinal, talvez uma mensagem, vinda de outra dimensão, do meu filho Rodrigo. E mais que isso: um chamado. Era tempo de me reconectar com o que há de mais puro em mim, com a minha essência, com minha missão. Era hora de confiar no fluxo da vida, abrir o coração e seguir em frente.

Talvez você, que lê este texto, também esteja à espera de um sinal. Talvez o universo já o tenha enviado — num gesto, numa palavra, num olhar, ou, quem sabe, em um beija-flor que sobrevoa o seu caminho. Esteja atento. As mensagens espirituais nem sempre fazem barulho, mas sempre chegam no tempo certo. E quando chegam, transformam.

Hoje fui tocado por algo maior. E sigo meu dia com gratidão, com a alma leve, com o coração aberto. Porque agora sei: não estou só, no infinito do  universo.

E você também não está: sempre haverá um beija-flor trazendo uma mensagem de paz

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
[email protected]

ACADEMIAS, ARL- ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS, ARTIGOS, LITERATURA

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