LI E GOSTEI : LEON TOLSTÓI POR ELE MESMO

LEON TOLSTÓI E A VIOLÊNCIA

Muito se tem falado sobre a intervenção militar na Líbia.
Mas é impossível, somente com diálogo, convencer ditadores a deixarem o poder.
De um lado, no início dos conflitos, a mídia expõe para o mundo, com indignação,  o massacre impetrado por Gaddafi contra seus opositores, gente de seu próprio povo,  e insiste na necessidade da interferência ( criação de uma área de exclusão aérea)  dos EUA e da União Europeia para salvaguardar a vida de civis, reclamando da lentidão na tomada de medidas enérgicas contra o ditador.
Mas todos nós sabemos que, se Obama ordenasse imediatamente um ataque contra Gaddafi, logo apareceriam os críticos contumazes — como já apareceram — e os defensores do diálogo, como o Brasil, que dirão ser indevida uma intervenção militar numa revolta exclusivamente  líbia.
É o caso do menino, o velho e o burro: o que quer que fosse feito não agradaria a gregos e troianos.
Mesmo no mundo espiritual — para aqueles que acreditam na existência de um mundo espiritual, paralelo ao nosso — segundo relato de Célia Xavier de Camargo, em seu livro psicografado , Leon Tolstoi por ele mesmo — um livro em que Leon Tolstoi, grande escritor russo autor de Guerra e Paz e Ana Karenina, revela sua perplexidade diante da continuidade da vida e reflete sobre sua última encarnação — o personagem Antúlio responde a Leon : “ no trato com entidades rebeldes e violentas, não podemos esquecer que nos compete agir com prudência e justiça, evitando-se aumentar neles as feridas que sangram. NO entanto a condição desses nossos irmãos é a mais primitiva possível; não entendem outro tipo de linguagem senão aquela a que estão acostumados. Vivem na violência, torturam, espancam e vencem pelo terror magotes de seres dementados ou presos às condições que eles próprios escolheram ao chafurdarem no mal”.
Se, no mundo espiritual, exige-se a aplicação de força, imaginem no mundo material em que ditadores se locupletam das riquezas produzidas por seus pequenos, mas ricos países, deixando populações inteiras passando fome e sem as mínimas condições de sobrevivência.
Ainda estamos longe de uma forma de governo ideal — como existe na espiritualidade , segundo Leon Tolstoi relata após sua morte — exercido por uma aristocracia intelecto-moral, estruturada na razão e nas características morais de seus integrantes, baseadas no Evangelho do Cristo.
Enquanto isso, e antes de um futuro da humanidade em que as condições de progresso dos habitantes da Terra permitir que nossa bendita  morada tiver passado de “planeta de provas e expiações “ para “planeta de regeneração” , teremos, penso eu, que contar, infelizmente, com o poderio militar que a ONU legalmente pode usar contra ditadores como Gaddafi, Hitler e outros.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO70_11127-1

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