SEM LIZETE: A ARE E A EDUCAÇÃO ESTÃO MAIS POBRES

“Adeus, adeus, adeus /  Cinco letras que choram  / Num soluço de dor…”

Francisco Alves

No  dia 5 de janeiro de 2013, a  ARE- Academia Ribeirão-pretana de Educação,  e a educação ribeirãopretana,   ficaram mais pobres.
A nota de falecimento publicada nos jornais de domingo, 6 de janeiro — normalmente lacônicas e frias —  não representou nem sombra da luz enorme sempre emanada pela nossa colega nas reuniões mensais do sodalício : “ Sra. Lisete Diniz Ribas Casagrande – era casada com o Sr. Ailto Antonio Casagrande, deixou filhos e netos. Recebe as últimas homenagens na Sala Vip do Velório da Saudade. Será sepultada hoje (06) às 8h30 no Cemitério de bebedouro/SP”.
Titular da Cadeira número vinte e oito, que tem como Patrono o Prof. Renato Hélio Migliorini, a Mestra recebeu do seu colega Antônio Ruffino Netto, via e-mail,  uma homenagem, um texto simples mas que resume nosso sentimentos com relação à colega que nos deixa órfãos de seu conhecimento e sabedoria:
“Triste noticia a informação do passamento da Professora Lizete Casagrande.
Eu a conheci como docente da FFCLRP-USP bem como orientadora da PG da EERP-USP.
Lizete era cheia de atributos: academicamente falando, pessoa muito séria em seus trabalhos científicos, bastante produtiva, excelente colega de atividades na Universidade. Do ponto de vista pessoal, era muito educada, delicada, afetuosa com seus colegas e amigos.
Seu rastro permanecerá entre nós , seja com professora, docente, ou como colega da ARE. Deixa para todos nós um exemplo de vida”.
Lisete Casagrande, como ela preferia ser chamada, nasceu em Viradouro, Estado de São Paulo, em 24 de maio de 1946. Cresceu em Bebedouro, onde foi aluna do Colégio Anjo da Guarda, das Irmãs Dorotéias; ali concluiu o Curso Normal e descobriu sua vocação: o ensino. Percebendo que podia responder melhor a esse chamado em um ambiente acadêmico com oportunidades mais amplas, transferiu-se para Campinas em 1964, onde foi aprovada nos exames vestibulares da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, para os cursos de Pedagogia e Ciências Sociais. Concluiu os dois cursos em 1967, e na própria PUC, realizou o Mestrado em Educação – Área de Administração Escolar, sob a orientação do Prof. Dr. Imídeo Giuseppe Nérici, seu mentor e modelo de professor, que desde a graduação a honrava com sua confiança, tendo-a convidado para monitora de sua disciplina de Didática e para sua assistente na cadeira, após a graduação. O casamento com Ailto Casagrande, engenheiro agrônomo ligado à produção canavieira, trouxe-a para Ribeirão Preto e para a Universidade de São Paulo, onde passou a lecionar disciplinas de formação pedagógica nas Licenciaturas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP. Ali completou o seu Doutorado, em 1974, e deu continuidade ao que se tornou o seu projeto profissional: a formação de professores. Com o estímulo de seu Diretor, hoje seu patrono nesta Academia, Prof. Dr. Renato Hélios Migliorini, passou a atuar na capacitação pedagógica de docentes das Faculdades de Medicina, Odontologia, Enfermagem e Ciências Farmacêuticas, tanto na formação inicial – Mestrado e Doutorado – como em serviço, em projetos de atualização e profissionalização de docentes, atividade que exerce até hoje. Paralelamente, desenvolveu intensa atividade de pesquisa e orientação de pesquisadores, tendo formado mais de 20 mestres e doutores. Atualmente  trabalhava na Universidade de Ribeirão Preto, ministrando a disciplina de Metodologia do Ensino Superior para os cursos de Mestrado em Direito e Odontologia da instituição, e, finalmente, atuando em seu próprio grupo de origem, o dos pedagogos, inicialmente ministrando aulas e orientando trabalhos de conclusão de curso, após assumir a coordenação do curso.
Adeus Lizete…

 

Na foto Lizete e Tórtoro durante o I Encontro da ARE.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

 

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