“Nenhum sábio jamais perdeu nada por dizer sim a pessoas tolas”.
OSHO
Desde o dia em que li o texto de Marcelo Dornelas, “A estratégia do doutrinador Antonio Gramsci” , procurei conhecer um pouco melhor as ideias desse italiano que, por incrível que pareça, não era petista, mas, se vivo, entenderia bem o que se passa atualmente em nosso país..
“Para quem talvez ainda não conheça a estratégia do doutrinador italiano, ativista político e filósofo Antonio Gramsci, é bom deixar bem claro, pelo menos em poucas palavras, o que ele preconizava. Segundo o líder comunista, falecido em 1937, após passar anos na cadeia elaborando sua estratégia, a instauração de um regime comunista em países com uma democracia e uma economia relativamente consolidadas e estáveis, não podia se dar pela força, como aconteceu na Rússia, país que sequer havia conhecido a revolução industrial quando foi aprisionada pelos bolcheviques. Seria preciso, ao contrário, infiltrar lenta e gradualmente a idéia revolucionária (sem jamais declarar, que isso estava sendo feito), sempre pela via pacífica, legal, constitucional, entorpecendo consciências e massificando a sociedade com uma propaganda subliminar, imperceptível aos mais incautos que, por sinal, representam a grande maioria da população. O objetivo somente seria atingido pela utilização de dois expedientes distintos: a hegemonia e a ocupação de espaços”.
Para quem tiver um tempinho para conhecê-lo na íntegra, o texto é incrivelmente elucidativo sobre as práticas utilizadas nos últimos anos pelo PT.
Com essa proposta de leitura não desejo abrir polêmica com petistas, até porque concordo com Lobão : “Discutir com petista é como jogar xadrez com pombo: ele vai derrubar as peças, cagar no tabuleiro e sair de peito estufado cantando vitória”.
Mas é preciso que todos saibam, segundo Dornelas, que “ Qualquer debate no Brasil que envolva a Política Nacional, especialmente após os efeitos da queda do Muro da Vergonha, só pode ser considerado sério se discutido desde o ponto de vista da revolução Gramscista, não por imposição ideológica, mas por verificação histórica, caso contrário tudo que teremos é um exercício de abstração teórica cujo conteúdo e implicacões práticas não terão mais significação que uma discussão acalorada de mesa de bar”.
Assim como o autor do texto, penso que : “Só se pode entender a adesão incondicional — daqueles que ostentam diploma de doutor e que têm, por isso mesmo, a obrigação moral de alertar seus compatriotas — às táticas gramscistas por uma de duas razões: ou porque, apesar de doutores, são, na verdade, ignorantes da pior espécie, deixando-se levar por uma esparrela dessa, ou porque estão a serviço da engenhoca. Não há outra explicação”.
Quanto ao sonho alegado de uma Democracia Socialista, balela.
O quadro dos bilionários em dólares e euros, já está montado. Usam Gramsci — em cujos textos, diga-se de passagem, não vi nenhuma orientação em técnicas de corrupção e lavagem de dinheiro — para expropiarem as instituições públicas em nome de uma filosofia por eles adequada/adaptada aos interesses particulares.
Como conclui Osho, em seu livro O Barco Vazio: “Veja o que aconteceu na Rússia Soviética. Em 1917, a maior revolução aconteceu na Terra. O esquema das coisas foi alterado. Lênin, Stálin e Trotsky poderiam ter aprendido muito com Chuang Tzu. Mas então não teria ocorrido nenhuma revolução. O que aconteceu ? Os capitalistas desapareceram, ninguém era rico, ninguém era pobre. As velhas classe não existiam mais. Mas apenas os nomes mudaram. Novas classe surgiram. Agora é o dirigente e o dirigido. Antes, era o homem rico e o pobre, o capitalista e o proletário — agora, o dirigente e o dirigido. Mas a distinção continua a mesma, a diferença continua a mesma. Nada mudou. Só que agora você chama o capitalista de dirigente. Aqueles que estudaram a Revolução Russa dizem que esta não é uma revolução socialista, é uma revolução empresarial. A mesma diferença, a mesma distância continua a existir entre as duas classes, e não chegou a existir uma sociedade sem classe”.
Isso posto, responderei às possíveis ofensas de contrários com meu silêncio.
Afinal de contas, “Nenhum sábio jamais perdeu nada por dizer sim a pessoas tolas”.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
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