MAUSOLÉU VEIGA MIRANDA

Tórtoro, presidente da Academia Ribeirãopretana de Letras, obteve a posse definitiva  do túmulo de Veiga Miranda, doado pela família de VM, localizado no Cemitério da Saudade. Foi feita uma reforma, criadas novas galerias, e passou a denominar-se Mausoleu Veiga Miranda. Tórtoro também providenciou, junto ao CONPPAC o tombamento do mesmo.3013-1

MAUSOLÉU VEIGA MIRANDA
Antônio Carlos Tórtoro (*)

“Veiga Miranda: grandeza de alma, de caráter, fulgurante inteligência, universal cultura, gênio político , envergadura moral e alto quilate de virtudes cívicas” (Dr. Rubem Cione)

Tudo começou no dia da posse do acadêmico Waldomiro Waldevino Peixoto, na Cadeira número 22, da ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras.
Em seu discurso de posse, ele manifestou o desejo de retomar estudos e atividades que viessem a relembrar e homenagear, condignamente, o Patrono de sua cadeira: Veiga Miranda.
A primeira medida tomada com esse objetivo, assumido de imediato por mim, como presidente da ARL, foi solicitar ao amigo vereador Leopoldo Paulino que propusesse à Câmara Municipal uma Lei que instituísse a “Semana Veiga Miranda” como parte do calendário cultural do Município de Ribeirão Preto. E a lei 9.093 foi criada em 19 de janeiro de 2001.
Em seguida, sabedores de que um sobrinho-neto de Veiga Miranda, Dr. João Pedro Rolim Moraes, pretendia retirar de nossa cidade os restos mortais de seu tio-avô, dado o descaso de nossas autoridades competentes e o abandono do túmulo, localizado no cemitério da Saudade, iniciamos — graças ao apoio do amigo Antônio Carlos Rizzi, da administração da Câmara Municipal — uma nova batalha: conseguir a doação do túmulo para a ARL para ali construir o Mausoléu “Veiga Miranda”, da Academia Ribeirãopretana de Letras e, por conseguinte, manter aqui os restos mortais de uma personalidade histórica que levou o nome de Ribeirão Preto para todo o Brasil, sendo o primeiro civil a ser Ministro da Marinha no Governo Epitácio Pessoa.
Procurados por mim os vereadores José Alfredo, Sílvio Martins e Antônio Sobral enviaram, simultaneamente, processos para a Secretaria de Negócios Jurídicos — 044550-0/2002 e 050702-6/2002 — no sentido de alcançarmos nosso objetivo. Dados os entraves da lei, uma delas do início do século XX, as coisas estavam se complicando. Pedi, então, ajuda à Dra Juliana Galvão, minha ex-aluna e colega de conselho, no CONPPAC. Imediata e eficientemente, em pouco tempo, ela conseguiu a liberação do túmulo, desde que alguém da família Veiga Miranda assinasse documento de doação.
Mais uma vez, por meio de informações do colega Waldomiro — que de Marília, onde reside, vinha mantendo, por mais de dois anos, contatos com a família Veiga Miranda — tomei conhecimento da passagem, por Ribeirão Preto, do Dr. Rolim Moraes, e fui encontrar-me com ele, em meu horário de almoço, na Livraria Saraiva do Novo Shopping, onde, após rápida conversa, obtive um documento assinado que autorizava a transferência do túmulo.
Veio, então, necessidade do pagamento de uma taxa de R$ 657,90. Não tínhamos o dinheiro disponível. Mais uma vez, nós nos colocamos em ação, tentando criar uma lei que nos permitisse não pagar a referida taxa, pois, afinal de contas, estávamos preservando um marco importantíssimo da história de nossa cidade. Nessa fase, tivemos o apoio dos colegas acadêmicos Dr. Feres Sabino e Dra. Fernanda Ripamonte.
Mas foi por uma parceria da ARL com a ACRECE – Associação dos Cidadãos Ribeirão-pretanos e Eméritos, firmada no dia 13 de abril, que, graças à proposta do seu Presidente Executivo, Vilibaldo Faustino Jr., obtivemos a verba necessária para o pagamento da taxa de transferência exigida por lei.
A partir de então, só precisaríamos reformar o túmulo, já com processo de tombamento, solicitado por mim junto ao CONPPAC, e transformá-lo em Mausoléu e ponto turístico cultural, realizando, ali, anualmente, durante a Semana “Veiga Miranda” — comemorada na segunda quinzena de abril — atos e eventos que, de uma vez por todas, marquem a presença entre nós de tão importante escritor e homem público.
Esperamos a participação dos homens públicos de Ribeirão Preto, porque o passado deve permanecer presente para que nossa sociedade tenha futuro.
(*) Presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras

ACADEMIAS, ARL- ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS