LI E GOSTEI: A QUESTÃO DOS LIVROS

 

EU AMO LIVROS

“Nem a história, nem a literatura, nem a economia, nem a sociologia, nem a bibliografia podem fazer justiça a todos os aspectos da vida de um livro”.

Robert Darnton

Eu amo livros.
Mas descobri alguém que ama livros mais do que eu: Robert Darnton.
E que sabe tudo sobre a história dele: do livro.
Os amadores do livro não podem deixar de ler A questão dos livros, da Companhia das Letras: 220 páginas que falam de autores, editores, gráficos, distribuidores, livreiros, leitores.
Em A questão dos livros, Robert Darnton, pesquisador pioneiro no campo da história do livro e diretor da prestigiosa Biblioteca da Universidade Harvard, oferece uma análise em profundidade do fenômeno do livro desde seus primórdios até seu formato mutante nos dias de hoje, no âmbito da cultura popular, do comércio e da universidade. Brilhante coleção de artigos e ensaios publicados anteriormente nos mais importantes veículos de imprensa dos Estados Unidos, o novo livro de Darnton traz a marca da autoridade de um dos maiores intelectuais norte-americanos vivos, com livre trânsito pela academia e pelo vasto mercado de livros e idéias.
Chega a ser emocionante a leitura do texto em que Darnton fala sobre o livro :
“Pense no livro. Sua resistência é extraordinária. Desde a invenção do códice, por volta do nascimento de Cristo, provou-se uma máquina maravilhosa — excelente para transportar informação, cômodo para ser folheado, confortável para ser lido na cama, soberbo para armazenamento e incrivelmente resistente a danos. Não precisa de upgrades, downloads ou boots, não precisa ser acessado, conectado a circuitos ou extraído de redes. Seu design é um prazer para os olhos. Sua forma torna o ato de segurá-lo nas mãos um deleite. E sua conveniência fez dele a ferramenta básica do saber por milhares de anos, mesmo quando precisava ser desenrolado para ser lido (na forma de rolos de papiro, diferentemente do códice, composto de folhas reunidas por encadernação) muito antes de Alexandre, o Grande fundar a biblioteca de Alexandria em 332 a.C”.
Lendo A questão dos livros descobri que, da mesma forma que eu, Bill Gates, comandante da Microsoft, prefere o material impresso às telas de computador para leituras mais extensas:
“ Ler na tela é uma experiência vastamente inferior à leitura em papel. Mesmo eu, que tenho telas caríssimas e gosto de me considerar um pioneiro do estilo de vida web, prefiro imprimir qualquer coisa que ultrapasse quatro ou cinco páginas. Assim posso carregar o texto comigo e fazer anotações. E a tecnologia ainda precisa avançar para se igualar a esse nível de usabilidade”.
Deliciando-me com A questão dos livros, fiquei sabendo que hoje tenho um hábito que se espalhou por toda a Inglaterra do início da era moderna, tanto entre os leitores comuns quanto entre autores conhecidos,como Francis Bacon, Ben Jonson, John Milton e John Locke: sempre que encontravam uma passagem interessante, copiavam o trecho num caderno, sob um título apropriado, acrescentando observações sobre a vida cotidiana — faço isso para obter material para meus artigos.
Enfim , A questão dos livros, como diz o autor: “É uma apologia descarada em favor da palavra impressa e seu passado, presente e futuro. É também uma discussão sobre o lugar dos livros no ambiente digital que se tornou uma realidade essencial da vida para milhões de seres humanos”.
CAPA-A-QUESTÃO-DOS-LIVROS

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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