PRAIA DE TABATINGA – CARAGUATATUBA: UMA VIAGEM INESQUECÍVEL

 

PRAIA DE TABATINGA – CARAGUATATUBA: UMA VIAGEM INESQUECÍVEL

“O bom, o belo e o positivo, prevaleceram nesses dias”

Sei que a escrita é uma maneira de prolongar o pensamento.

Por esse motivo gosto sempre de escrever sobre momentos inesquecíveis de minha vida: e a viagem à praia de Caraguatatuba é um desses momentos especiais que não quero esquecer nunca mais.

No Onix prata, não éramos quatro homens  e um destino, do livro de Hernandes Dias Lopes: éramos Lu, Giovana, Sebastião e eu, escrevendo uma história breve de sete dias, traçada por Deus, e que vamos — minha esposa, minha filha e meu genro/filho e eu — contar agora.

Nosso filho Rodrigo acompanhou, de outra dimensão, essa nossa viagem mágica, aguardada por mim, há tempos, a fim de ser realizada, num momento especial.

E lá fomos nós, iniciando um “trabalho árduo” por uma semana.

No site tabatingahotelcom.br  fomos informados sobre nosso destino: “Basta caminhar pelas alamedas e jardins do Condomínio Costa Verde Tabatinga, em Caraguatatuba, estância balneária do Litoral Norte de São Paulo, e a atmosfera de romantismo e elegância idealizada por seus fundadores, há mais de três décadas, salta aos olhos. A arquitetura singular das residências e construções das áreas comuns, modernizadas com o passar dos anos, coexiste em plena harmonia com a Mata Atlântica preservada da região”.

O mar, com seus diferentes tons de azul e verde, completa a paleta de cores do cenário. Uma verdadeira pintura que aguça os sentidos de seus privilegiados observadores. Como resultado: além da localização ímpar de suas residências, em uma das mais belas praias do litoral norte paulista, os proprietários, e seus familiares e amigos com uma infraestrutura completa, considerada modelo nacional e internacional no hall de empreendimentos exclusivos à beira mar”.

É tudo verdade.

REGISTROS DIÁRIOS: VIAGEM DE 9 A 15 DE MAIO DE 2023.

9/5 – 1º. dia

Preparamos malas e mochilas esperando, eu e Lu, não esquecermos nada para trás. Por prevenção, avisamos meu sobrinho, vizinho ao lado, que ficaríamos cinco dias fora de casa.

10/5 – 2º. dia

Sebastião — que dirigiu na ida e na volta — e Giovana, chegaram logo cedo: seriam nossas companhias inseparáveis pelos próximos dias.

Saímos de Ribeirão Preto às 7h30.

Começou uma chuva fina a partir da cidade de Leme, na rodovia Anhanguera.

Na Rodovia D. Pedro I a chuva apertou: passamos a ter a companhia de caminhões pesados.

Entrando na Rodovia Tamoios, enfrentamos alguns percursos tortuosos: trânsito lento, tranquilo, com chuva fina e neblina densa.

Na Rodovia Rio -santos , a BR 101, notamos alguns resquícios da catástrofe que assolou a região no início do ano, quando chuvas torrenciais e ininterruptas, causaram deslizamentos de terra/lama, e pedras, em quase toda a região.

Chegamos a Caraguatatuba às 14 horas: após percorridos aproximadamente 480 quilômetros.

Na chegada ao nosso destino, Condomínio Costa Verde Tabatinga — uma filial do Paraíso — chamou-me a atenção um lustre estilizado, lembrando um Caraguatá, vegetal da família das bromélias que dá nome à cidade balneária do Vale do Paraíba, litoral Norte do Estado de São Paulo: Caraguatatuba que em Tupi quer dizer “Lugar de muitos caraguatás”.

Sob uma temperatura abaixo de vinte e um graus, o jovem recepcionista atenciosamente, nos deu todas as informações sobre o local, sem tomar fôlego, fazendo, dentre outras, menções sobre o trabalho dos garçons e recomendando os locais — no apartamento, ou na praia — em que deveriam ser usadas as toalhas brancas e as marrons

Na portaria recebemos os cartões magnéticos para abertura do quarto, e colocamos as inseparáveis pulseirinhas. A sensação inicial era de que estávamos fazendo uma visita a estranhos: não sabíamos o que fazer, ou não fazer, nem como e quando: uma insegurança quase infantil, diante da nova situação. Mas passou rápido esse sentimento diante do carinho e atenção que recebemos de funcionários e demais hospedados no local.

Passada a portaria, a primeira visão da praia, tomada pelo continente e algumas ilhas ,com  tudo envolto por densa Mata Atlântica  semicoberta  por nuvens baixas, me fizeram  lembrar imagens das florestas do filme A Missão, e a saga do Padre Anchieta.

Não resistimos, fomos pisar na areia, molhar os pés, e agradecer à Iemanja: Odoyá minha mãe!

Lu e eu, ficamos no apartamento 129, no térreo. Nossos filhos, Sebastião e Giovana, ficaram no primeiro andar, apartamento 148: o contato foi, em muitos momentos, via WhatsApp. Ambos os apartamentos são Suite Luxo.

No quarto, telefone, frigobar, TV com Sky ,ar condicionado,  cofre, e, na janela, a vista para um jardim, digno de um Xamã, adepto de manter diálogos  com plantas e flores— ouvindo o enigma das plantas que comunicam — depois de um Ayahuasca alcoólico: uma Caipiroska caprichada, de limão.

No jantar, que sempre começou às 19h, após consulta ao cardápio, deliciamo-nos com o prato do dia  Peixe(Sororoca) Costa Verde, com molho de limão siciliano, batatas, e arroz cremoso de rúcula, após uma salada variada.

11/5 – 3º. dia.

Manhã de sol.

Tomamos o Café da Manhã, que sempre começou às 7h30: frutas, bolos, pães, frios, ovos , bacon, leite, Capuchino, chocolate, sucos. Uma variedade incrível de todos os itens mencionados.

Já na praia, no horizonte, em destaque, a Ilha do Tamanduá— emoldurando um gracioso e branco veleiro — tendo ao fundo a Ilhabela: continente e Ilha do Tamaduá formam como que um portal à nossa frente, por onde aguardamos, a qualquer momento, a entrada do Deus Netuno naquele cenário divinamente deslumbrante.  Completando o cenário, a Serra do Mar e outras ilhas, compunham um degradê de tons azulados, sobre o tapete celestial das águas da baía— onde flutuam boias, esferas multicoloridas que demarcam áreas diferentes,  e sob nuvens inconstantes que vão do branco ao plúmbeo: cirrus, cúmulos, stratus….

Mergulhados na piscina — havia inclusive uma piscina aquecida — sob um acariciante sol,  começamos o consumo de doses de caipiroska e cervejas estupidamente geladas.

À tarde, antes do jantar, fizemos um passeio não previsto: fomos comer camarão e cebola empanados,— o melhor que já comemos —num quiosque top  do Francis Hotel: cenário paradisíaco. Mar raso e calmo sob os olhares das ilhas Cocanha e Islet of Cockaigne. Um oceano azul que se abre para receber as águas do Rio Tabatinga.

De volta estância, tempo fechado, deixei-me levar por trinta minutos de sauna seca: então fui tomado pelas lembranças do meu filho Rod que me fazia companhia nas férias passadas na Colonia de Férias dos Comerciários, na Praia Grande. Um detalhe que me chamou atenção: a sauna tem uma parede de vidro com vista para um perfeito Jardim do Éden, com tipo de vegetação da Mata Atlântica:  bromélias imperiais e abacaxi, caraguatás-do-mato; bromélias dos tipos: neoregélias, aequiméas, gusmanias, zebras; coqueiros ornamentais, vegetação variada, por entre as quais anjos vestidos de uniforme (as meninas de terninho preto e os rapazes com camisetas azuis) , transitam, sorridentes e solícitos,  atendendo aos pedidos dos hospedes.

Depois de muita cerveja e caipiroska, o jantar foi composto por uma salada variada e sopa de cabotiá.

Enquanto isso, dia e noite, ondas quebram na praia, produzindo ruídos, estrondos, misto de queda de raios, e trovões. A beira do mar forma quase um paredão de rocha e areia fofa. O manto de areia desce para o mar, em declive de quarenta e cinco graus, e recebe as constantes ondas, cor verde oliva, de garapa, em ritmo sincronizado com o pulsar de nossos corações: a terra chega a tremer em alguns momentos.

À noite, para fazer a digestão, percorremos as ruas do condomínio, composto por mansões que mais lembram o padrão hollywoodiano  de viver, numa Miami Beach tupiniquim.

 

 

12/5 – 4º. dia

Manhã de tempo instável. Sol encoberto na maior parte do período.

7h30, Café da Manhã, depois de uma sessão de fotos com Lu e eu, dos espaços do Restaurante Manduca, “chicoso”, segundo minha Lu.

À tarde , depois de percorrermos alguns pontos da cidade de Caraguá (assim chamada carinhosamente), voltamos ao Francis para comer manjubinhas e mais camarão,  agora no espaço interno, com uma parede de vidro para proteger-nos do vento frio e céu nublado anunciando chuva,  tendo como vista privilegiada a foz do Rio Tabatinga, onde um fotógrafo trabalhava fotos de uma jovem modelo com vestes esvoaçantes.

À noite, no jantar, tomamos uma revigorante sopa de ervilhas, acompanhada de salada farta e variada.

 

13/5 – 5º. Dia – Dia de Nossa Senhora de Fátima

A treze de maio, na cova da Iria, nos céus aparece,a Virgem Maria. Ave, ave. Ave Maria Ave, ave. Ave Maria”.

Impossível não se lembrar da prece em forma de canção, ouvida por diversas vezes durante minha infância.

Manhã fria, com chuva fina.

Às dez horas abriu um sol indeciso.

Sob forte presença da Virgem, refleti sobre as pegadas na areia, que são, para mim,  como cicatrizes que a vida deixa em nossas vidas durante toda uma existência: marcas que vêm e que vão, desfeitas pelas ondas e pelo vento, assim como o tempo apaga marcas e cicatrizes de nossas almas… ou não.

Mas o sol se foi, tão rápido quanto havia surgido.

Então, fui para o apartamento, e li , em meu Kindle, mais algumas páginas  do livro, Serpente Cósmica: o DNA e a origem do conhecimento, de Jeremy Narby, cuja leitura me foi indicada pelo meu amigo/irmão, Waldomiro Peixoto, ex-presidente da ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras: uma excelente leitura , uma narrativa fantástica.

E por falar em amigo/irmão, recebi a triste notícia do falecimento do Sr Sebastião, pai do Professor de Física, também meu amigo/irmão, Fernando Reis.

À tarde, rodamos por volta de quinze quilômetros pela rodovia BR 101,  Rio-santos: um rasgo de asfalto, cercado de verde por todos os lados.

No almoço degustamos um Filé a Poivre e Espaguete na Manteiga.

Jantamos sopa de legumes e a tradicional salada. Em todos os jantares nos foram oferecidos temperos de primeira linha: Vegan – óleo de oliva Português, molhos de pimenta da Tabasco, queijo ralado  Faixa Azul, açúcar União, sal Cisne…

Em tempo: antes do jantar li no cardápio: Tabatinga Dog. Chamei o garçom e perguntei: vocês mataram o “doguinho” preto, nosso “anfitriCão “ desde que chegamos à estância ?  Depois do espanto inicial, ele riu da brincadeira.

Fomos dormir com o tempo fechado, anunciando chuva para o domingo. Mas antes, recebemos em nosso apartamento um casal ilustre, Giovana e Sebastião, trazendo para nós um prato de bolinho de bacalhau comprado nas redondezas.

14/5 – 6º. dia – Dia das Mães

Lu e eu acordamos às 6h. Enquanto isso, Roberto Carlos traduzia em palavras nosso amanhecer nesse dia:

“Nos lençóis macios, amantes se dão, travesseiros soltos, roupas pelo chão. Braços que se abraçam, bocas que murmuram, palavras de amor, enquanto se procuram…”

Fechamos então o momento romântico, recebendo, na soleira da porta, a conta da estada na estância, paga com toda a satisfação do mundo.

Afinal , a conta sempre chega !

Dia que segue com mais alguns momentos nos braços da Mãe Natureza.

Não chovia lá fora.

Das 8h às 8h30 aproveitamos o calor do sol, e a beleza da paisagem.

9h fizemos o check out na portaria onde o movimento de hospedes lembra a vida: uns indo embora, outros chegando.

9h30 deixamos a estância.

Tanque cheio, partimos pela BR 101 – Rio-santos.

10h entramos na Rodovia 099 – dos Tamoios.10h30 passamos sobre a ponte na Represa de Paraibuna. A seguir percorremos os túneis, sendo um deles com extensão de 5.555 metros, o maior túnel rodoviário do Brasil, o T3/4 , que demorou quatro anos para ser escavado, exigindo escavações de mais de 1.7 milhão de metros quadrados de rochas.

11h entramos na rodovia SP 065 –  D. Pedro I

12h15 – uma parada no Frango Assado.

13h – Rodovia Anhanguera – SP 330. Nesse momento, dei por falta de meu celular. Preocupação geral com os problemas que estavam por vir. Imediatamente a Giovana ligou para meu número. Lu sentiu uma vibração no pé. Era ele, caído no assoalho. Vibrei mais do que o celular, alegre pelo reencontro.

14h – Chegada ao nosso lar.

5H20 de viagem de volta: 480 Km de estrada.

 

15/5 – 7º. Dia

Agradável obra terminada, digitalizadas as notas tomadas in loco, deveríamos, como o fez o Criador,  descansar nesse sétimo dia.

Mas é segunda-feira, nada de descanso.

Volto ao meu trabalho no Colégio Anchieta: Revitalizado e feliz.

Tudo muito bom, bom mesmo, como diria Gilson Chveid Oen, numerólogo, em suas previsões para 2023.

 

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br

 

 

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