ARTIGO: A IMPORTÂNCIA DE SE SENTIR LIDO

 

“Sou um escritor de poucos livros e poucos leitores. Vivo extraviado em meu tempo por acreditar em valores que a maioria julga ultrapassados. Entre esses, o amor, a honra e a beleza que ilumina caminhos da retidão, da superioridade moral, da elevação, da delicadeza, e não da vulgaridade dos sentimentos.”

                                                                                           Ariano Suassuna

 

Para um escritor é muito importante saber que alguém, em algum lugar, leu seu texto.

É como se estivesse conversando à distância, e o retorno é parte importante para que haja um diálogo.

No meu caso, um escritor de quase setenta e cinco anos, agora sem uma vida social muito ativa, poder conversar com amigos virtuais é uma forma de se sentir vivo.

Se mais de uma pessoa se identificar como seu leitor, o autor sente que está conversando com uma multidão: fazendo uma palestra, discursando em um congresso, dividindo seus sentimentos com o mundo.

Ser lido é uma parte vital do processo de escrita, influenciando tanto a satisfação pessoal quanto o sucesso profissional de um escritor.

No mais recente relatório mensal, publicado pelos gestores do meu site, fui informado de que 416 usuários leram meus artigos: 321 no Brasil, 44 nos EUA, 24 na China, 5 na Irlanda, 3 em Portugal, 3 em Singapura, 3 na Suécia, 2 no Canadá e 2 na Alemanha.

Saber que seu trabalho está sendo apreciado pode fornecer uma validação para continuar escrevendo.

Escritores, geralmente, têm a intenção de comunicar ideias, contar histórias ou provocar reflexões. Ser lido permite que essas mensagens alcancem e impactem outras pessoas.

Leitores oferecem feedback que pode ajudar o escritor a melhorar suas habilidades, identificar pontos fortes e fracos, e ajustar seu estilo ou conteúdo.

Ser lido cria uma conexão entre o escritor e seu público, permitindo uma troca de ideias e experiências que pode ser enriquecedora para ambos.

A escrita que é lida tem potencial de deixar um legado, influenciando gerações futuras e contribuindo para a cultura e o conhecimento.

Nos dias de hoje, as mídias sociais permitem a cada um de nós a comunicação entre indivíduos, independentemente da localização geográfica; permitem discussões sobre questões sociais, políticas e culturais; facilitam a criação de comunidades e redes de apoio, onde indivíduos com interesses ou desafios comuns podem se conectar e apoiarem-se mutuamente; dão  voz e visibilidade a grupos e indivíduos que muitas vezes não têm acesso a plataformas tradicionais de comunicação; permitem uma troca rápida de feedback, ajudando na construção de diálogos mais dinâmicos e interativos.

Da mesma forma que Ariano Suassuna, sou um escritor de poucos livros e poucos leitores, mas, parafraseando Fernando Pessoa, posso dizer que: leitores de outros autores são muito importantes, mas não são mais importantes do que os meus leitores porque os leitores de outros autores, não são os MEUS leitores.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras.
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com

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