PSEUDO-MAÇONARIA
”Há certas verdades que não podem ser ditas, existem verdades que para muitos serão mentiras”
Na noite passada, eu, adormecido, sonhei que estava numa sala de reunião com amigos.
Eu sentia um clima de fraternidade e união, mas só me lembro do rosto de uma das pessoas presentes: o rosto sereno do Waldomiro, um amigo/irmão, escritor, ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras.
Lembrei-me do Salmo 133:1-3, talvez porque tivesse assistido mais um capítulo da série Gênesis, da TV Record, antes de dormir:
“Como é bom e agradável
quando os irmãos convivem em união! É como óleo precioso
derramado sobre a cabeça,
que desce pela barba, a barba de Arão,
até a gola das suas vestes. É como o orvalho do Hermom
quando desce sobre os montes de Sião.
Ali o Senhor concede a bênção
da vida para sempre.”
No meu sonho, eu lia um texto, mas não me lembro do conteúdo do mesmo.
Sei que eu havia recebido um convite para me unir ao grupo, participado de uma iniciação e recebido um conjunto de peças: uma veste diferente, e algumas instruções.
De repente tive que devolver o conjunto recebido por receber novo convite de alguém, e me mudar de grupo.
Algo me incomodava. Parecia haver uma divergência, naquele momento, entre os líderes maiores daquele grupo. Nesse clima, fui convidado a assumir um cargo passando por um rito improvisado, como fizeram com D. Pedro I que foi rapidamente alçado a altos graus da Maçonaria. Não aceitei. Não seria justo.
A sensação foi de surpresa e desamparo. Não recebi o apoio dos senhores que me acompanhavam, exceto um olhar aconchegante e fraterno do Waldomiro.
Eu queria continuar naquela reunião, eu queria saber mais sobre o que discutia o grupo, eu desejava ser um eterno aprendiz.
Continuei participando da reunião até que um bispo ordenou a algumas estranhas damas de véu, que me dessem um xeque-mate.
Sabemos que a relação entre sonhos e experiências traumáticas é complexa e multifacetada.
Enquanto os sonhos podem refletir a tentativa do cérebro de processar e integrar memórias traumáticas, eles também podem perpetuar angústia associada ao trauma.
Também por meio dos sonhos a mente pode trabalhar para ressignificar o trauma e diminuir sua intensidade emocional.
Mas vamos deixar para a psicologia e neurociências o estudo dos sonhos.
Chegava o alvorecer, uma luz tênue tomou conta do meu quarto.
Acordei, mas, estranhamente, continuei adormecido.
E fui, diante da tela do computador, registrar, OneDrive, um pedacinho de uma história fictícia que ainda não teve fim.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com