ARTIGO: POR QUEM OS SINOS DOBRARAM? – PARÓQUIA CRISTO REI

 

POR QUEM OS SINOS DOBRARAM ?

“Toca o sino pequenino, sino de Belém…”

Canção de Natal

Os sinos são gargantas das igrejas: anunciam nascimentos, mas anunciam também as mortes: A famosa frase “Por quem os sinos dobram?” vem do título de um romance de Ernest Hemingway (1940).

 

No dia 17 de agosto de 2024, com atraso de seis anos, os sinos dobraram às 18 horas, pelo meu filho Rodrigo Degobbi Tórtoro, na igreja do meu bairro, Paróquia Cristo Rei, conjunto Presidente Médici.

Eles chamaram para a missa das 18h30, os membros da comunidade — como fazem sempre, três vezes ao dia: às 12 horas, às 15h e às 18 horas.

Era uma noite de inverno, semelhante à noite em que o corpo do meu filho deixou o quarto 271 do Hospital São Francisco.

Estávamos Lu — minha esposa —, e eu, na missa de intenção por nosso Rod, por acreditarmos que a Missa, por ser a memória da Morte e Ressurreição de Jesus, é um momento sublime em que orávamos por alguém que amamos muito.

Do ponto de vista religioso, o toque do sino às 12h e às 18 horas é associado ao Angelus, uma oração tradicionalmente recitada em várias denominações cristãs, especialmente na Igreja Católica. O Angelus é uma oração de devoção em homenagem à Anunciação, onde se recorda o momento em que o anjo Gabriel anunciou à Virgem Maria que ela seria a mãe de Jesus.

Às 15 horas, os sinos tocam para lembrar a Hora da Misericórdia, que é o momento em que Jesus Cristo morreu na cruz.

Após a missa, conversei com o Padre Fernando, e pedi a ele para que alguém me mostrasse o local onde se encontra o sino que diariamente me convida a reflexões, enquanto faço caminhada diária pelo bairro.

No dia seguinte, na presença da senhora Lúcia, subi os dois primeiros lances de estreitas escadas de concreto, ladeadas por paredes lisas, até chegar ao local de apresentações do ministério de músicas.

Eu me sentia subindo a escada de Jacó.

A seguir, subi mais dois lances de escadas de encosto, de ferro, fixadas no concreto em suas duas extremidades, que me levaram, consecutivamente, a dois pequenos sótãos, espaços de no máximo quatro metros quadrados, unidos por alçapões.

No segundo sótão, com os olhos expostos à luz solar, demorei para divisar o sino, postado no ponto mais alto da torre da igreja: calado, silencioso: nem parecia aquele personagem que fazia sua voz ecoar por longas distâncias ao ser acionado, de tempos em tempos.

Enfim, a igreja Cristo Rei, é uma Porta Aberta, que acolhe e aconchega a quem dela se aproxima.

Como cantam os versos da música de Vicente Celestino, “Tendo o emblema de uma cruz / Essa porta não se fecha / Contra ela não há queixa / São os braços de Jesus”.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com

 

 

PARÓQUIA CRISTO REI

Rua Arnaldo Victaliano, 1237

Ribeirão Preto – SP

https://www.facebook.com/cristoreirp

 

COMENTÁRIO (S) SOBRE O TEXTO ACIMA:

Que mensagem linda, amigo!
Para quem tem fé, a morte é apenas uma passagem.
Realmente os toques dos sinos, falam ao coração, que não é mera bomba mecânica mas um centro de energias eletromagnéticas que transmitem vibrações emocionais Perfeição Divina.

Nely – acadêmica da ARE

 

Que lindo.
Seu trabalho é maravilhoso, muito profundo e poético.
Escreva sempre. Nesses momentos vc vai dialogando com sua alma.
Há um realinhamento do espírito no espaço e no tempo, que liberam as suas necessidades nessa vida.

Márcia Beleboni Nishi – Professora e amiga.

 

 

ACADEMIAS, ARL- ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS, ARTIGOS, LITERATURA