LI E GOSTEI – PEQUENAS ESTÓRIAS – NONSENSE

 

UMA PERFORMANCE DE NONSENSE

 

“Estourou a guerra civil! Ele foi convocado e dispensado porque não possuía arma: estava impotente”

 

                                                                         Miniconto: Desarmado

 

Na manhã chuvosa de novembro, degustei o livro do meu amigo e irmão, Cezar Augusto Batista, Pequenas Estórias: uma performance de nonsense, digna de Lewis Carol em Alice no País das Maravilhas, acompanhado de uma dedicatória: “Aos amigos Lu Degobbi e Antonio C. Tórtoro, desejando-lhes saúde e que apreciem estas Pequenas Estórias – Cezar Batista – 06/11/2024.

 

Para quem não sabe, nonsense, de acordo com o dicionário, é uma expressão inglesa que denota algo sem sentido, nexo, lógica ou coerência. A expressão é frequentemente utilizada para denotar um estilo característico de humor perturbado e sem sentido, que pode aparecer em diversas artes: e aparece de forma perturbadora nesse livro de Cezar.

 

O uso do nonsense em Alice no País das Maravilhas, é um dos aspectos mais marcantes da obra e é essencial para criar o universo surreal e mágico da história.

 

Aqui estão alguns pontos principais sobre o uso do nonsense:

 

Quebra da lógica e linguagem absurda, fazendo com que os diálogos desafiem a razão; jogos de palavras e ambiguidade criando confusão e desconcerto; personagens surreais e suas regras próprias que não seguem uma ordem lógica de causa e efeito, criando situações absurdas ou ilógicas; subversão das expectativas quando o personagem se perde em discussões sem sentido com objetos que “falam”, quando então a narrativa reflete essa natureza instável; criando motivo para reflexão sobre a realidade e a identidade;  nonsense leva o leitor a se perguntar sobre o que é real e o que é fantasia, incentivando-o a refletir sobre a própria percepção da realidade.

Cada miniconto da obra —que faz lembrar a narrativa de Dalton Trevisan, em seu livro Ah, é?, de 1994 — dá margem, para uma mente fértil, criar muitos outros contos, viajar em infinitas hipóteses, baseados na ideia inicial do autor tornando mentalmente o livro de 63 páginas em um outro particular de centenas de páginas.

Fiquei tentado a fazer isso, analisando cada miniconto em particular, mas desisti, porque não desejo dar spoilers que, com certeza, prejudicariam a grata experiência de quem ainda não leu e pretende ler as pequenas grandes estórias de C.A.B.

Enfim, posso garantir ao meu amigo/irmão, que Lu e eu nos deliciamos com as histórias que nos fizeram rir do quanto somos joguetes nas mãos das palavras.

Ave Cezar, por esse trabalho tão adequadamente dedicado à Profa. Dra. Amini Boainain Hauy, nossa grande amiga da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras,  e com prefácio do Dr Marco Antônio Batista, advogado, do qual tomo para mim suas palavras finais: “Excelente esse trabalho, que deveria ser lido por todos, pois faz muito bem à alma e ao coração”.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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