DOM JAIME É O CULPADO

“In Omnibus Christus”


Lema de Dom Jaime

Nascido em 26 de julho de 1916, em Franca (SP), Dom Jaime Luiz Coelho fez o seminário menor em  Campinas (SP), cursando depois Filosofia e Teologia no Seminário Central do Ipiranga, na capital de São Paulo. Recebeu a ordenação presbiteral  na Catedral de Ribeirão Preto (SP), em 7 de dezembro de 1941.
Foi vigário cooperador da Catedral, secretário geral do bispado e chanceler da Cúria diocesana. Em 1944, foi designado cura da Catedral.
O mais importante — pelo menos para mim — em 16 de outubro de 1948, realizou o casamento de Claudio Tórtoro com Terezinha da Silva Tórtoro, meus pais.No dia 3 de dezembro de 1956, aos 40 anos, foi designado bispo da recém-criada diocese de Maringá.
A ordenação episcopal ocorreu em 20 de janeiro de 1957 na Catedral de Ribeirão PretO.
Faleceu, com 97 anos, no dia 5 de agosto de 2013.
Ouço falar em Dom Jaime desde criança.
Meu pai, órfão de pai desde menino, fez-se arrimo de família, cuidou da mãe viúva e dos outros três irmãos, todos menores do que ele, trabalhando precocemente —  levado pelas mãos de Antonio Diederichsen — no Antigo Banco Construtor, mais tarde, Lojas Diederichsen. Quando jovem, foi Congregado Mariano, justamente no período em que Padre Jaime era o cura da Catedral.
Minha mãe, órfã de pai e mãe desde os oito anos, saiu de Cássia dos Coqueiros indo para Cajuru, e depois para Ribeirão Preto, sendo criada pela família Junqueira Reis, residentes na Rua São José, nos arredores da igreja de mesmo nome.
Quando Claudio e Terezinha se encontraram, ele vinha de um noivado desfeito devido a uma traição da noiva; e ela acabava de conhecer o primeiro, único, e eterno namorado.
O namoro foi curto, mas o amor durou até hoje: meu pai com 90 anos e minha mãe com 84.
Na hora do casamento,  Padre Jaime — conhecedor da decepção amorosa e das promessas de nunca mais amar ninguém, feitas até então pelo noivo  — disse ao jovem ajoelhado aos seus pés, no altar da Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto : “ Eu não disse que pegaria você num casamento ? “.
A cerimônia realizada naquele outubro, final da década de quarenta, rendeu frutos.
No ano seguinte ao casamento, mais precisamente em 22 de agosto, apareci por aqui: e nunca deixei Ribeirão Preto há mais de sessenta anos. Depois de onze anos nasceu minha irmã, Rita Maria, num 11 de agosto.
Tudo culpa de Dom Jaime, que, depois de semear em solo fértil, foi ser arcebispo em Maringá, deixando para trás uma história ( a minha e de meus pais) de mais de sessenta anos, construída com muito trabalho, lágrimas e sorrisos, sonhos desfeitos e/ou realizados, cicatrizes nas almas e nos corpos, mas tudo envolto  numa liga de amor incondicional que sempre permeou cada uma das horas vividas intensamente por seus atores principais e coadjuvantes.
Na foto, casamento de Claudio e Terezinha.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
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