HACHIKO : UM EXEMPLO PARA OS HUMANOS
Numa tarde de sexta-feira, ao chegar do trabalho, vi um cão simpático na tela da TV: era Hachiko ainda muito pequenino.
E não pude resistir: assisti a história do cão Hachiko, Sempre ao seu lado, até o final, e terminei minha tarde aos prantos porque encontrei no filme a imagem (cão à espera) da dor profunda e sem fim, de todos aqueles que perderam entes queridos e que, de alguma forma, ficam esperando, irracionalmente, pela volta deles na porta de uma imaginária estação de trem.
Segue, para que mais pessoas possam conhecer essa emocionante história, um resumo do filme, retirado do site http://www.canilyaruzo.com/a-historia-de-hachiko.htm.
Hachi-ko ou Hachiko (pronuncia-se HA-chi-ko) nasceu em Novembro de 1923 em Odate, na província de Akita, no Japão.
No ano seguinte o professor Ueno trouxe ele para Tóquio.
Hachiko seguia o professor Ueno a todos os lugares. Ele acompanhava Ueno à estação de trem de Shibuya toda manhã e, então, retornava e esperava por ele toda tarde.
Mas um dia, em Maio de 1925, o professor Ueno não voltou. Ele sofreu um ataque fulminante enquanto trabalhava. Então a Senhora Ueno deu Hachiko a alguns parentes do professor, mas ele escapava constantemente, aparecendo com frequência na sua antiga casa.
Depois de um certo tempo, aparentemente Hachi-ko se deu conta de que o professor Ueno não morava mais ali. Então tornou a procurar na estação de trem onde o encontrara por diversas vezes antes. Dia após dia ele esperava pelo retorno do seu amigo e mestre entre os apressados passageiros.
A figura permanente do cão à espera de seu dono atraiu a atenção de alguns transeuntes. Muitos deles, frequentadores da estação de Shibuya, já haviam visto Hachiko e Professor Ueno indo e vindo diariamente no passado. Percebendo que o cão esperava em vão a volta de seu mestre, ficaram tocados e passaram então a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília.
Por aproximadamente 10 anos contínuos o devotado Hachiko retornava a estação de trem de Shibuya, mais precisamente no horário do desembarque do trem em que Ueno chegava, na esperança de encontrar seu mestre.
Hachi-ko fez isto até a sua morte em 8 de Março de 1935.
Naquele mesmo ano, um dos fiéis alunos de Ueno viu o cachorro na estação e o seguiu até a residência dos Kobayashi, onde aprendeu a história da vida de Hachiko.
Coincidentemente o aluno era um pesquisador da raça Akita, e logo após seu encontro com Hachiko, publicou um censo de Akitas no Japão. Na época haviam apenas 30 Akitas puro-sangue restantes no país, incluindo Hachiko da estação de Shibuya.
O antigo aluno do Professor Ueno retornou frequentemente para visitar o cachorro e durante muitos anos publicou diversos artigos sobre a marcante lealdade de Hachiko.
Em 1932 um desses artigos, publicado num dos maiores jornais de Tóquio, colocou o cachorro em evidência. Hachiko se tornou sensação nacional. Sua devoção à memória de seu mestre impressionou o povo japonês e se tornou modelo de dedicação à memória da família. Pais e professores usavam Hachiko como exemplo para educar crianças.
Um reconhecido artista japonês esculpiu a estátua do cachorro, e pelo país a fora a fama se espalhou e a raça Akita cresceu.
Todo ano em 8 de abril ocorre uma cerimônia solene na estação de trem de Shibuya, em Tóquio. São centenas de amantes de cães que se reúnem em homenagem à lealdade e devoção de Hachiko, fiel companheiro do Dr. Eisaburo Ueno, um professor da Universidade de Tóquio.
Os restos mortais de Hachi-Ko encontram-se sob a guarda do Museu Nacional da Ciência do Japão em Ueno onde pode ser observado corpo empalhado de Hachiko.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO