A PEDAGOGIA DO AVESTRUZ

“…o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração.”

Lucas 6:44-45

Não passa de mitologia popular a história de que o avestruz esconde sua cabeça na areia ao primeiro sinal de perigo, mas ela serve muito bem para representar a maneira como alguns pais educam seus filhos em pleno século XXI, não dando a eles condições de enfrentarem de cabeça erguida os desafios dos novos tempos quando o assunto é sexo.
Estou falando da forma como algumas famílias fogem do assunto nudez e orientação sexual quando seus filhos começam a descobrir que cegonhas não trazem bebezinhos no bico.
É um fato real a porta que a internet abre hoje a todo tipo de informação deturpada sobre sexo. Qualquer garoto já sabe muito bem acessar , por exemplo, pelo site de busca Google, todo tipo de pornografia, sem censura prévia: e isso pode ser feito na casa dos amigos, pelo iphone, na lan house da esquina.
Os templos egípcios mostram deuses nus, enquanto apresentam os faraós celebrando ritos em atitudes muito respeitosas.
Poderiam simplesmente ser chamadas de “folclore” as incontáveis maravilhas da cultura grega? Elas imortalizaram tão bem o atleta, como estava no momento de seu triunfo, como um deus ou uma deusa no seu respectivo templo. Os atletas são representados nus, no esplendor de sua beleza física. Nas arenas, eles combatiam nus, usando um escudo de cobre para se protegerem. O guerreiro morria nu, porque a nudez era sagrada.
Por ocasião das festas druídicas, sacerdotisas nuas pintavam o corpo de azul, porque o insondável e o infinito são representados por essa cor. A nudez é sagrada.
Se a criança com mais de sete anos ou o jovem pré-adolescente não têm a oportunidade de conversar com seus pais sobre as relações (sexuais) entre homens e mulheres, de maneira correta e séria, seguramente eles serão alvos fáceis de outros jovens mais vividos, e até de adultos inescrupulosos, quando não estiverem sob os olhares atentos de seus responsáveis.
Da mesma forma, se os filhos não tiverem a oportunidade de folhear com seus pais —  acompanhados de comentários maduros e sem preconceitos   —  revistas que tragam fotos de nus, eles farão, certamente, parte de um grupo composto por aqueles que se escondem nos banheiros da vida para olharem, com olhos tortos, a obra que Deus criou, fazendo de cada um de nós, humanos, uma obra de arte tantas vezes pintada e esculpida por  grandes mestres das artes na História da humanidade.
É preciso — para que não haja uma confusão na cabeça das crianças na fase da pré-adolescência — expurgar do sexo qualquer sentimento de sujeira, repulsa, pecado. Como alguém poderá concluir que algo divino como o ser humano pode nascer de algo tão repugnante, proibido, e só ao alcance daqueles considerados os errados, os perdidos, os sem educação familiar ?
Os primeiros cristãos representavam o Cristo com os traços de um Apolo Nu! Tais representações (pinturas, esculturas e mosaicos) nada equivocadas, muito bem conservadas, existem até hoje. Era costume representar o Cristo sendo batizado nu, assim como nu estava o Cristo na cruz! Naquela época, os fiéis eram batizados nus, para significar o que a nudez trazia consigo: a pureza da verdade. O nu e o sagrado andavam juntos.
Pais, não se enganem, seus filhos sabem hoje muito mais de sexo do que sabiam seus avós: mas é preciso que tenham uma visão do sexo como Salomão teve ao escrever o Cântico dos Cânticos.
Mas isso só será possível se você estiver ao lado dele na hora da descoberta da força (sexual) de atração que faz com que exista a vida na Terra, como nós a conhecemos: sempre com novos pequenos animais e seres humanos feitos à imagem e semelhança do Criador.
O ser humano nu, na sua verdade esplêndida, é a imagem mais sagrada de Deus no universo!

ANTONIO CARLOS TÓRTORO

 

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