LI E GOSTEI : A PRÉ-HISTÓRIA DA MENTE

A PRÉ-HISTORIA DA MENTE E OS NEFILIM

“ Os psicólogos introduziram um novo tipo de analogia: a mente é como um canivete suíço”.

Lendo A pré-história da mente- uma busca das origens da arte, da religião e da ciência, de Steven Mithen,— missão que não é tão simples quanto aprender a utilizar um canivete suíço —, encontrei no capítulo intitulado O drama do nosso passado, o seguinte: “Nosso ponto de partida para uma pré-história da mente não pode retroceder menos que seis milhões de anos, porque nesse período viveu um símio cujos descendentes seguiram dois caminhos evolutivos distintos. Um deu origem aos símios modernos, os chimpanzés e os gorilas, e o outro aos humanos modernos. Consequente-mente, esse antepassado é chamado ancestral comum. Não apenas ancestral comum, mas também elo perdido. É a espécie que nos conecta com os símios atuais — e continua ausente nos testemunhos fósseis. Não temos sequer um fragmento fóssil de evidência,mas é impossível duvidar de que o “elo perdido” existiu”, e completa mais à frente : “ Há indícios de que algo singular aconteceu”.
Isso me fez lembrar o livro O décimo segundo planeta, de Zacharia Sitchin, que li anos atrás, no qual, em linguagem de simples compreensão, o autor leva o leitor à antiga mesopotâmia e revela a verdadeira origem do homem por meio das traduções das tábuas de argila sumérias, as quais se encontram hoje em museus da Europa.
De acordo com Sitchin, o décimo segundo planeta, Nibiru, era o lar de uma raça extraterrestre humanóide e tecnologicamente avançada chamada de anunnaki, no mito sumério, que seriam os chamados nefilim da Bíblia. Ele afirma que eles chegaram à Terra pela primeira vez provavelmente 450.000 anos atrás, em busca de minérios, especialmente ouro, que descobriram e extraíram na África. Esses “deuses” eram os militares e pesquisadores da expedição colonial de Nibiru ao planeta Terra. Sitchin acredita que os annunaki geraram o Homo Sapiens através de engenharia genética para serem escravos e trabalharem nas minas de ouro, através do cruzamento dos genes extraterrestres com os do Homo Erectus. Ele afirma que inscrições antigas relatam que a civilização humana de Sumer na Mesopotâmia foi estabelecida sob a orientação destes “deuses”, e a monarquia humana foi instalada a fim de prover intermediários entre a humanidade e os annunaki.
Sanada essa lacuna deixada pelo elo (não tão) perdido, o livro de Steven Miyhen, utilizando-se de duas metáforas — nosso passado é como uma peça de teatro e a mente como catedral — nos ajuda a entender a história (da mente) de seis milhões de anos, sob uma perspectiva arqueológica na qual, para o autor, andar dentro das catedrais da cidade espanhola de Santiago de Compostela (onde grande parte do último capítulo do livro foi escrita)  é como andar pela pré-história da mente.
Enfim , como comenta o New York Review of Books: “ O feito de Mitchen — e isso não é pouco — é o articular as várias descobertas específicas da arqueologia cognitiva numa abordagem sistemática. Ao se basear nas indispensáveis contribuições da arqueologia à história cognitiva, sua abordagem começa a explicar como evoluímos até a constituição de uma espécie cujos membros pensam a respeito dessas coisas”.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br
70_12677-1

Li e gostei, LITERATURA