MINHA SAVANNAH

“No entanto, fico onde estou e também olho para a lua. Por um  breve instante, é como se estivéssemos juntos de novo”

 

John Tyree

 

Sou vasectomisado e, portanto, pensar em filha , nunca mais.
Mas se um dia eu tiver uma neta, gostaria muito que ela viesse a se chamar Savannah.
Esse nome, para mim tão novo e diferente, na época em que  li Querido John, de Nicholas Sparks,  encheu meu coração e alma porque me fez lembrar do meu tempo de namoro com Lu, minha esposa: a minha Savannah.
Descobri, posteriormente, que o nome Savanah foi o adotado pela atriz pornô , a norte-americana, Shannon Michele Wilsey Longoria, no início da década de noventa,  e ela , por sua vez, havia tirado seu nome da personagem do filme Savannah Smiles, de 1982, — filme de animação/comédia de poucos minutos de duração — Shannon veio a falecer em 1994, quando sofreu um acidente de automóvel ao voltar para casa, depois de uma festa.
Savannah é também o nome que se dá a uma raça de gatos (um híbrido entre o gato doméstico e o serval africano)  que, pelo fato de ser uma raça resultante do cruzamento de espécies diferentes, a maior parte dos animais é estéril, o que os  torna muito raros, tão raros, mas não impossíveis,  quanto o romance entre John e Savannah.
Savannah Lynn Curtis — personagem de vinte e um anos,  que me encantou — só não me deixou com inveja de John Tyree, seu namorado de 23 anos, porque eu sempre pude estar ao lado de minha escolhida, Lu Degobbi ( ou teria sido eu o escolhido ?) , não tendo que ir ao encontro de nenhuma guerra, a não ser aquela da busca pela sobrevivência no cotidiano de um jovem brasileiro, professor e poeta.
Querido John narra a história de um jovem soldado americano, John, que se apaixona por Savannah uma estudante conservadora. Quando Savannah Lynn Curtis entra em sua vida, John Tyree sabe que está pronto para começar novo relacionamento. Ele, um jovem rebelde, se alista no exército logo após terminar a escola, sem saber o que faria de sua vida. Então, durante sua licença, ele conhece Savannah, a garota de seus sonhos. A atração mútua cresce rapidamente e logo se transforma em um tipo de amor que faz com que Savannah jure esperá-lo concluir seus deveres militares. Mas ninguém pôde prever que o atentado de 11 de Setembro pudesse mudar o mundo todo. E, como muitos homens e mulheres corajosos, John deveria escolher entre seu amor por Savannah e seu país. Agora, quando ele finalmente retorna para a Carolina do Norte, John descobre como o amor pode nos transformar de uma forma que jamais poderíamos imaginar.
Penso que o que talvez tenha levado à venda de 5 milhões desse livro, somente nos EUA, é justamente o fato de ele narrar os sentimentos,  humanamente comuns,  envolvidos num romance que não acaba bem  — o que ocorre na maioria dos casos reais — denominando de “não acabar bem”  o não terminar a relação em um casamento de conto de fadas, e terem os amantes a necessidade de contar com a intermediação da lua para que o encontro espiritual  aconteça, não importando a distância e o tempo, como aconteceu com John e Savannah.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO

 

 

 

COMENTÁRIOS SOBRE O ARTIGO ACIMA:

 

Caro Tórtoro,

 

duas coisas me impressionaram após ler seu novo Artigo, diga-se de passagem, muito bom.
Primeiro é como você arruma tempo para ler tantos livros e todos grossos.
Segundo, é a declaração de amor que faz à Lucia, com aquele poema escrito há muitos anos e que eu já conhecia. Aliás, sempre admirei a solidez do seu casamento. Isso está se tornando cada vez mais raro. Parece-me que conseguir tal vitória depende muito da chamada Inteligência Emocional. Ela resolveria muitos problemas dos relacionamentos humanos.
Abraços e boa eleição.

 

Ely Vieitez Lisboa – escritora

 

savannah

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