CASO DE “ARAPIROCA”

Acompanhei pela TV, junto com milhões de pessoas, o caso do monsenhor, ex-pároco de Arapiroca, ou melhor , Arapiraca (AL), e fiquei, durante toda a semana, buscando o motivo que levaria um homem de 82 anos a se manter tão tranquilo diante de um vídeo que mostra sua relação sexual com um jovem (sexo oral) e o faz declarar-se injustiçado por estar sendo denunciado publicamente, chegando ao absurdo de comparar sua situação  à do Cristo, que foi traído por um apóstolo que se sentava à mesa com ele.
E penso que encontrei a justificativa de tanta paz interior e certeza de impunidade : pelo menos para ele, o padre.
Vamos imaginar alguém que, durante décadas, ouviu falar que os padres que possuem suas faculdades, ou seja, o uso de ordens, sem nenhuma restrição por parte de autoridade eclesiástica acima dele, como, no caso , o Bispo ou o Papa, podem e devem perdoar todos os pecados que lhe são confessados com declarado arrependimento e pedido de quem confessa.
Imaginem agora se esse padre tem mente doentia e acredita que, por ser padre — um representante de Cristo na Terra — pode repetir o processo de pecar e ser perdoado quantas vezes se fizerem necessárias para satisfação de seus desejos sexuais.
Resultado: um indivíduo que se sente livre para fazer o que bem desejar desde que se confesse e tenha sua consciência em paz — foi isso que ouvi de um padre quando entrevistado por Roberto Cabrini: não lhe devo dar respostas às suas perguntas sobre minha vida porque tenho minha consciência em paz !
Na Wikipédia encontramos : na Bíblia, Jesus Cristo cedeu aos doze apóstolos o poder de perdoar os pecados (Jo 20,21-23). São Paulo posteriormete adverte da necessidade e da origem deste sacramento (2Cor 5,18). As Igrejas cristãs que praticam a confissão ensinam que esse poder foi transmitido ao clero, que pode ser visto como os sucessores espirituais dos Apóstolos, que continuariam a transmiti-los. O poder de perdoar os pecados, porém, não deve ser conferido a qualquer um (1Tm 5,22), ainda que o valor deste sacramento não dependa da santidade pessoal do sacerdote (Rom 5,11), pois o objetivo é evitar escândalos causados por pessoas despreparadas, que não compreendam este sacramento em sua totalidade (1Tm 4,14).
Penso que o Vaticano deveria providenciar psiquiatras competentes para realizarem consultas periódicas em todos os padres (inclusive Bispos, Cardeais, Papa) a fim de que pessoas despreparadas ou doentes não se utilizem da Bíblia — em especial Jo 20,23 — para continuarem com suas “sagradas” sacanagens.
Detalhe: que não sejam contratados profissionais do nível dos que avaliaram  o matador de seis jovens em Luziânia (GO), liberado da prisão por um Juiz que diz somente ter cumprido a lei, baseado em laudo médico.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO

 

 

COMENTÁRIOS SOBRE O ARTIGO ACIMA

 

Tórtoro!

Certa feita tive uma conversa com um padre muito bonito e jovem sobre o pecado. Depois de algumas horas discutindo o assunto ele encerra dizendo:- ” O que é pecado?” Pecado você vai lá no cabide e tira como se fosse uma rouba e veste? Naquele momento fiquei sem entender nada e como ele tinha ainda que celebrar a missa, fui convidada a participar da missa e ir para casa. Confesso ainda tenho dúvidas, mas como eu tenho o meu parecer próprio do que acho de tudo o que está acontecendo, inclusive tive acesso ao vídeo que lamentavelmente é um situação constrangedora para um senhor naquela idade. E que por sinal a filmagem é de terceira categoria. Eu vou voltar lá atrás, lá no Vaticano quando decretou que os padres não podiam casar-se e que eles deviam servir ao Cristo. Como isto pode acontecer, se o corpo fala, se o corpo tem desejos, pois ainda vivemos a carne que ora sofre dor, ora machuca-se, ou sente prazer? E o filho de Deus faz um juramento que iria manter sua castidade. Os Mórmons tem suas famílias, onde todos frequentam a igreja e buscam em José Smith a palavra da verdade, um de muitos outros exemplos e são felizes constituindo famílias lindas com todo respeito. Estes acontecidos sempre foram motivos de abafar o caso, pois quantos padres são transferidos de uma cidade para outra porque tornou-se papai. Quantos padres tem seus relacionamentos nos locais onde eles vão dar a benção com o sexo oposto, ou até mesmo com o sexo masculino, quando não é o caso de pedofilia. Não posso julgar este senhor da igreja, mas posso entender que quando fazemos um juramento ou nos comprometemos em cumprir determinada ordem, acredito isto tenha que acontecer. Eu acho que na posição do Monsenhor, ele deveria pedir o seu afastamento e fosse viver sua vida particular aonde ele quisesse, menos na igreja, onde os fiéis com tanta devoção vão com a fé inabalável, acreditando que aquele representante possa ser o porto seguro entre Jesus e Deus. Por outro lado é muito importante que isto venha á público para que os SÊRES HUMANOS, saiam desta fé cega e comecem a tomar uma atitude no que tange o que é melhor para a sua evolução espiritual e com confiança acreditar que Jesus sempre será o caminho, a verdade e a luz, e que com padre ou sem padre a fé tem que existir para a sua vida ter sua grande razão de ser. Se não a auto-estima cai, e o desanimo toma conta da criatura de vez. Peço á Deus que abençoe a nossa humanidade desvairada, sem rumo e sem escrúpulos e sem respeito, a avaliarem o arrombo que podem e poderão fazer nas suas vidas e na vidas dos outros que os cercam. Fico muito brava sim, pois cadê o Vaticano para tomar uma atitude e começar a avaliar cada situação e tomar uma providência para que o povo não continue sendo enganado com mentiras que ao longo dos anos sempre aconteceram e ninguém parece não enxergar! Realmente eu acredito que todos foram reprimidos e precisam de um tratamento para que possam continuar suas vidas, pois para uns está tudo bem, mas para outros deve ser uma tortura mental ter que buscar um sentimento mundano, digo assim porque se é proibido, imagina como deve ficar a cabeça daquele SER, e depois ter que esconder atrás de uma máscara para ninguém saber. O me apelo é que o Vaticano tome uma iniciativa já. Pois, poderá haver coisas piores, se o povo revoltar e resolver fazer jústiça com as próprias mãos…ISSO NÃO VAI PRESTAR. Não vejo nada que impeça o povo de tal atitude, pois imagina uma mãe com seu filho nas mãos de um Servo de Deus, que ela acredita e depois fica sabendo que a sua criança foi assediada, vilipendiada e ainda com o maior sinismo a criatura fala que não fui eu. Isso é matar uma mãe mil vezes sem direito de deitar-se para morrer. Eu deixo aqui a minha posição e espero que seja feito um trabalho profundo neste caso para que este mal seja estirpado, banido da casa de Deus. Um lugar de orações e de respeito. Não sou contra os homens, filhos de Deus terem os seus desejos, mas uma vez que assumiu compromisso terão que ir até ao fim, caso contrário saiam e dão lugar para outros que querem e aceitam sublimar este desejo e ficar trabalhando para Jesus, nosso mestre querido! Obrigada pela oportunidade de falar, de expor um sentimento que estava atravancado na minha garganta.

Abraços
Regina Gomes Pereira Machado

 

ararapiroca

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