“Olha que coisa mais linda / Mais cheia de graça / é ela menina, que vem e que passa / Num doce balanço a caminho do mar…”
Com os jogos Olímpicos sendo assunto constante na TV, comecei a pensar como será o Hino Nacional em 2016.
Espero que Vanusa não faça parte da comissão organizadora dos cerimoniais.
Nos jogos do campeonato nacional , ou da seleção brasileira de futebol, já não tocam mais o Hino na sua íntegra. A maioria dos atletas, e mesmo dirigentes, só mexe os lábios quando as Câmeras da TV mostram, em close, suas imagens: exceção feita ao público que canta de gosto, gesticula, caras pintadas, roupas extravagantes, mas cantam … com o coração e a alma.
Agora é lei cantar o Hino Nacional nas escolas, pelo menos uma vez ao dia: foi sancionada pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei no. 12031/2009, que altera a Lei 5700/ 1071, tornando obrigatória a execução semanal do Hino Nacional nas escolas de todo o país: o objetivo da medida é dar aos estudantes, especialmente aos jovens, noções de civismo e cidadania.
Concordo com a decisão, mas temo serem transformados , os estabelecimentos de ensino, mais um local de banalização desse nosso Símbolo Nacional , como já ocorre em eventos acima mencionados.
Por isso não me admirei quando , na internet, foi recebida com surpresa por muitos, a letra da introdução ( parte instrumental) do Hino Nacional do Brasil, haja vista que nem a letra oficial sabe cantar a grande maioria dos brasileiros.
Essa letra, que acabou sendo excluída da sua versão oficial é atribuída a Américo de Moura, natural de Pindamonhangaba, presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879 e 1880.
São os versos que a compõe:
“Espera o Brasil / Que todos cumprais / Com o vosso dever. / Eia avante, brasileiros, / Sempre avante !
Gravai com buril / Nos pátrios anais / Do vosso poder . / Eia avante , brasileiros , / Sempre avante !
Servi o Brasil / Sem esmorecer , / Com ânimo audaz / Cumpri o dever / Na guerra e na paz , / À sombra da lei, / À brisa gentil / O lábaro erguei / Do belo Brasil. / Eia sus , oh sus ! “
Embalados — perdoem-me , mas não é trocadilho diante da situação que envolve hoje a sede das futuras Olimpíadas no Brasil — pelo ufanismo e exageros normais que podem ocorrer motivados também pela Copa de 2014, deverão ressurgir ideias como a do ex-sargento do Exército, Carlos Aymar Srur Bechara (DEM) que organizou na internet uma campanha/projeto de mudança na letra do Hino Nacional, ideia tentada por diversas vezes, sem sucesso, na década de 1960 e nas duas seguintes, marcadas pelo regime militar ( 1964/1985), cuja ideia aproximou-se da defendida, em 1960, pelo Deputado Moacyr Azevedo (PSD) do Rio de janeiro. Em 1971, Amaral de Souza, da ARENA gaúcha, também propôs nova redação a um dos versos.
Quem sabe não surgirão propostas de inserir nos versos de Joaquim Osório Duque Estrada, versos de Tom Jobim, homenagem à beleza da Garota de Ipanema, a fim de que, como tapumes musicais, possamos esconder a verdadeira e triste realidade social da Cidade Maravilhosa ?
ANTONIO CARLOS TÓRTORO