PEDRAS ALARPEANAS

“ Tu és Simão, filho de João, tu serás chamado Cefas, que quer dizer Pedro (Pedra)”

(S. João, I, 41-42).

Numa noite cálida de primavera, em um final de outubro, compareci a uma especial reunião solene de posse na ALARP- Academia de Letras e Artes de Ribeirão Preto, atendendo aos convites do presidente , Dr Luiz Gaetani,  e da homenageada, Profa. Dra. Sônia Maria Villela Bueno, minha cara amiga , Soninha.
Ao som da  música suave do Coral do Centro Médico, permeando discursos e homenagens, viajei no tempo, voltei ao anfiteatro do SESC passados dezesseis anos, e pressenti, de forma indelével,  presenças de pessoas que foram pedras, verdadeiras rochas, que consolidaram a existência dessa Academia que me recebeu de braços abertos no dia 28 de outubro de 1992, e de cujas atividades me afastei por motivos registrados em correspondência enviada ao então presidente, Dr Oscar Luiz de Moura Lacerda, datada de 14 de julho de 1997.
Mentalmente entremeando realidade com sonhos, ao lado do eterno vereador e amigo , José Velloni, e da escritora Lucilia Junqueira de Almeida Prado, pude sentir a presença do meu paraninfo, Dr Pedro Tarlá e do teatrólogo, Renato Barella,
Compondo a mesa diretora, em cadeiras etéreas, prestigiavam o evento o fundador , José Pedro Miranda, tendo ao seu lado, secretariando, meu caro colega , João Pedro Castroviejo, que sempre saudava o Pavilhão Nacional, como parte do ritual de posse.
Ouvi, mesmo sem ser  executado, o  hino “ Nossa ALARP”, de Padre Aryclenes e Pedro Miranda, enquanto Pedrinho Villela, saudoso companheiro de ACRECE –Associação dos Cidadãos Ribeirãopretanos e Eméritos, postava-se com orgulho incontido, na fileira de cadeiras dispostas atrás de sua filha, que nessa noitada festiva passava a ocupar a Cadeira número 42 do sodalício,  acompanhada da presença espiritual do  meu amigo e colega,  Willie Bueno.
Soninha, cuja família conheço desde minha infância, passada na Vila Seixas, mais precisamente na Olavo Bilac, transmitindo uma paz invejável e uma segurança sempre características, recebeu e prestou homenagens.
Da mesma forma que recebi, um dia, das mãos do meu grande amigo , e ex-presidente, Dr Luiz Roberto Marcondes de Oliveira, o certificado que me outorgava a Cadeira número oito —  que tem como Patrono, Padre Euclides  Gomes Carneiro, e anteriormente ocupada por Prisco da Cruz Prates — Soninha recebeu sua estola, medalhão e diploma, que fizeram dela minha duplamente colega : da ALARP e da ARE- Academia Ribeirãopretana de Educação.
Distraí-me durante a declamação de um poema que falava da importância do companheirismo, ditas por alguém que não sabe o que é isso, na prática: palavras, palavras, nada mais do que palavras.
Enfim, da mesma forma que o Cristo edificou a sua Igreja sobre Pedro, apesar de  Judas, a ALARP construiu a sua base sobre alguns Pedros: Miranda , Tarlá, Castroviejo,  além da inestimável participação de mais uma centena de membros efetivos que escreveram e continuam escrevendo sua saga que completará em treze de novembro próximo, 27 anos de atividades culturais desenvolvidas em nossa cidade.
Congratulações, caros amigos,  Dr Luiz  e  Vera Gaetani pela marcante  solenidade de posse ocorrida nas Instituições Moura Lacerda, da rua Padre Euclides, e que, mais uma vez, veio dignificar um palco que já testemunhou momentos inesquecíveis da vida educacional ribeirãopretana.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO

 

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