LI E GOSTEI : ADVOGADO X “ADEVOGADO”

ADEVOGADO: NÃO É SOMENTE UM CASO DE EPÊNTESE

“Eu defendo meus clientes da culpa legal. Julgamentos morais deixo para a majestosa vingança de Deus”

Márcio Thomaz Bastos – Advogado/Jurista/Ministro da Justiça

Foi impossível ler o livro de Geraldo Cossalter, Advogado X “Adevogado” – Qual deles você quer ser ? , sem que me voltasse à memória a frase dita pelo jurista Marcio Thomaz Bastos lembrando, em 2009, o criminalista norte-americano Edward Bennett Williams: “Eu defendo meus clientes da culpa legal. Julgamentos morais deixo para a majestosa vingança de Deus”.
Geraldo coloca que …”materializar a ética por meio de textos éticos não é uma qualidade apenas do bom profissional; mas, antes de tudo, um dever de todo cidadão. Diria até que materializar a ética exigirá coragem e respeito ao semelhante. Vejamos o que nos ensina o Prof. Matheus Marques Nunes: “ A ética é a reflexão da moral “”.
E mais : “ Jamais se esqueça de que a reflexão é fundamental para formar cidadãos, para praticar a cidadania e, acima de tudo, para formar uma sociedade que uma não forte culturalmente precisa ter. Pratique, desde já, e torne-se um universitário e futuro profissional respeitado e admirado, mas não se esqueça : “ Jamais silencie diante das injustiças, porque esta é a única ocasião em que jamais devemos silenciar””.
E para finalizar: “Vocação para ser um advogado é algo profundo, já que a base é a paixão pelo ser humano. Sim, a paixão pelo ser humano”.CAPA-ADVOGADO-X-ADEVOGADO
O livro de Cossalter é uma cartilha que poderá, em muito, colaborar para a formação de advogados preocupados com a ética e a moral: a Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. Surgindo realmente quando o homem passou a fazer parte de agrupamentos, isto é, surgiu nas sociedades primitivas, nas primeiras tribos. A Ética teria surgido com Sócrates, pois se exige maior grau de cultura. Ela investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência.
Possivelmente a contradição entre o que pregam os professores de Geraldo Cossalter e o que pensava Thomaz Bastos é o que leva à formação de um grande número de “adevogados”, não sendo, portanto, somente um caso de epêntese, mas de formas de encarar o outro/próximo.
Com relação ao objetivo estabelecido por Geraldo ao escrever essa obra — …esta obra tem por finalidade incentivar aqueles que queiram enriquecer o conhecimento por meio da “chave mestra” — podemos considerá-lo cumprido pois ele deixa claro para seus leitores a importância que têm : “ …a língua, a linguagem, a leitura, o vocabulário, a interpretação de textos, a produção de textos, a expressão oral…” fazendo-me lembrar Carlos Drummond de Andrade: “Chega mais perto e contempla as palavras. / Cada uma / tem mil faces secretas sob a face neutra / e te pergunta, sem interesse pela resposta, / pobre ou terrível, que lhe deres: / Trouxeste a chave?”.
Enfim, como afirma no prefácio desse livro, meu amigo/irmão, excelente advogado, professor e ex-presidente da OAB –Ribeirão Preto, Dr Luiz Vicente Ribeiro Corrêa: “…este livro é um presente para os universitários, sobretudo para aqueles que desejam ingressar no mundo do Direito, na OAB, pois trata de um manual de fácil compilação, entendimento e com alguns pronunciamentos de professores do autor”.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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