CHE NELSON GAVA !!!!

ROD-COM-GAVA

“ Há que endurecer, mas sem jamais perder a ternura.”

Che Guevara

Não tenho nenhuma simpatia por Che Guevara mas devo admitir que sua frase bem conhecida por todos cabe perfeitamente no Dr. Nelson Gava: ele consegue ser firme, duro, seguro, objetivo, profissional…mas sem perder a ternura, a docilidade, o carinho quando é obrigado a dar notícias não muito agradáveis aos seus pacientes.
A palavra Che, na Argentina, serve para expressar admiração: por isso o título.
Eu e Lu, minha esposa, passamos a ter profunda admiração e respeito pelo jovem médico Dr. Nelson Gava depois de nossa primeira consulta em que ele nos informou que nosso filho teria que seu braço direito amputado devido a um tumor maligno.
Convivi por longos anos com o inesquecível Dr. Luis Carlos Raya, e ele sempre que tinha oportunidade, nas nossas reuniões da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras, comentava sobre a importância da empatia: o médico colocar-se na posição do paciente.
No processo que durou um ano entre descobrirmos um nódulo no braço do meu filho Rodrigo, e a amputação do membro, passei por diversos profissionais: alguns terrivelmente insensíveis, e um deles até claramente mercenário.
Mas também eu e Lu pudemos dividir nossa dor com seres humanos incríveis como Dr. Fernando Plastina, Dra. Gabriela Lauretti e o Dr. Nelson Fabrício Gava.
No Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – setor de convênios – São Francisco, encontramos, em todos os momentos, desde o estacionamento até o atendimento das enfermeiras um ambiente acolhedor, amigo.
Seria importante que todos os profissionais da saúde entendessem o quanto pacientes e seus familiares ficam fragilizados diante de uma doença tão terrível quanto é o câncer.
Quem me conhece sabe o quanto sou firme, inflexível e convicto quando tomo uma decisão, mas diante da possiblidade de amputação de meu filho eu me tornei um nada, uma marionete de um turbilhão inexplicável de sentimentos, de dores profundas, de uma angústia paralisante: andei pelo vale das sombras da morte, frequentei o vale de lágrimas.
Só resisti porque o Senhor sempre esteve comigo.
Só resisti porque encontrei anjos que me ajudaram e orientaram sempre que me senti em dificuldades.
Só resisti porque Rod, Lu e eu fomos alvos de centenas de orações feitas em grupo ou particularmente por amigos e irmãos de diversas instituições laicas ou religiosas.
Enfim só posso desejar que Deus dê em triplo tudo aquilo que todos, de alguma forma, desejaram para minha família num dos momentos mais difíceis pelo qual já passamos.
Che Rod!!!
A esperança equilibrista sabe que o show de todo artista tem que continuar…

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
www.tortoro.com.br

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