“É o momento [político], talvez, mais grave das últimas décadas. E a população é que faz a história. O povo é o grande protagonista desse momento que o Brasil está vivendo”
Geraldo Alckmin
Dia 13 de março de 2016, nove e meia da manhã.
Vesti uma camisa Fora Dilma e saí por aí: rumo à Praça XV de Novembro, região central de Ribeirão Preto.
Bandeira Nacional, por enquanto verde-amarela, cobrindo as costas sexagenárias e destacando os cabelos brancos: traços paralelos, um verde e outro amarelo, dos dois lados do rosto.
Um momento histórico em que senti orgulho de minha Ribeirão Preto: mais de cem mil cidadãos de bem tomaram as ruas e as praças das cidade, e não tinha um só ponto vermelho de CUT, MST ou PT.
Lula, Zé Dirceu e Palocci ocupavam uma jaula guardada pelo japonês da Federal.
Carros de som se uniam aos gritos do povo na rua que portava “pixulecos”, cartazes e faixas: um coral de milhares de vozes fazia ecoar pelas ruas o desejo de mais de 90% dos brasileiros: fora Dilma, fora PT, cadeia Lula, viva Sérgio Moro, viva Polícia Federal, viva Ministério Público de São Paulo.
A massa subiu a Visconde Inhaúma, passou ao lado da Igreja Catedral, a todo momento convocando os que estavam nas janelas dos edifícios, com panelas e bandeiras, para virem para a rua.
Nas calçadas tomadas por aqueles que não se propuseram à caminhada, sugeriam que cantássemos: “Lula cachaceiro, devolva meu dinheiro!”, “Fora PT leve a Dilma com você”,
Uma serpente humana — ou seria uma jararaca do bem? — se aproximava da Nove de Julho onde tomaria as duas pistas da tradicional avenida ribeirão-pretana, rumo ao Obelisco da Independência — quem sabe a nova independência do Brasil de um governo que dilapidou o país.
Do alto, mãos se destacavam das janelas do helicóptero da Polícia Militar, agradecendo a saudação do asfalto: bandeiras e braços erguidos, daqueles que tomavam os mais de dois quilômetros desde a rua Duque de Caxias.
Ao lado de minha esposa, Lu, minha filha Giovana e meu genro Sebastião, minha irmã Rita e meu cunhado Cesar, fizemos nossa parte nessa jornada cívica em defesa do Brasil e dos valores éticos e morais.
Deixamos de ver o jogo do São Paulo contra o Palmeiras, não fomos ao Clube de Regatas.
Antes da saída de casa, roguei a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, que passasse na frente, que iluminasse nossos políticos honestos a fim de que possam encontrar o caminho melhor para os destinos do Brasil.
Na TV, já de volta à casa, pude ver que o Brasil, hoje, vestiu uma camisa verde-amarela e saiu por aí.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com
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