AC TÓRTORO: ARL – COMO CHEGUEI À PRESIDÊNCIA DO SODALÍCIO, E NOSSOS PRIMEIROS  MOMENTOS/ATIVIDADES  COMO PRESIDENTE.

 

 

ARL – COMO CHEGUEI À PRESIDÊNCIA DO SODALÍCIO, E NOSSOS PRIMEIROS  MOMENTOS/ATIVIDADES  COMO PRESIDENTE.

 

Fui empossado na Cadeira no. 24 da ARL no dia 18 de março de 1994.

Em meados de novembro de 1995 recebi um telefonema da colega e escritora Ely Vieitez Lanes/Lisboa.

Durante nossa conversa, pela primeira vez, ela mencionou a intenção dela, e de outros colegas da ARL de me elegerem Presidente para o biênio 1996/97.

Como somente em 18 de março de 1996 eu completaria 2 anos de minha posse como Membro Efetivo, achei impossível que nenhum dos mais antigos membros manifestasse o desejo de assumir a referida Presidência.

No dia 10 de janeiro de 1996,  recebi um cartão de Natal da Ely, datado de 08 de janeiro, onde ela dizia:

“Meu futuro Presidente, que 1996 resgate, em alegrias, os entraves de 1995. Deus lhe dê e à sua família, amor, paz e grandes realizações.

Tenho o coração pleno de metas e projetos. Disse a Deus que me ajude a concretizá-los, ou então, pare de estimular tanto sonho … Você entende esses impasses, porque é também gemente que faz.

Abraços. Ely “

Em minhas mãos, uma imagem de Maria em “L’ADORAZIONE”, mãos postas em oração, pensativa, estava ali, do outro lado do postal: então a proposta pareceu-me mais do que nunca, séria.

Logo na semana seguinte ao recebimento desse cartão, procurei pelo Prof. João Alberto de Andrade Velloso, mantenedor do Colégio Anchieta, onde eu estava trabalhando desde fevereiro de 1995, após eu perder meu emprego de 13 anos no Colégio Santa Úrsula (onde conheci a Ely por volta de 1990).

Em 1995, como disse a Ely, havia sido uma no cheio de entraves, e como 1996 prometia ser mais calmo, resolvi encarar a possibilidade de ser Presidente da ARL, e, para que isso se tornasse viável, eu precisaria trazer a ARL para mais perto de mim: para o Colégio Anchieta.

Nem precisei pedir. Somente minha exposição da situação em que se encontravam os arquivos da ARL, foi suficiente para que o Velloso, com sua sempre incrível sensibilidade e amor à Cultura, oferecesse sua escola para ser a futura sede da ARL.

No dia 18 de dezembro de 1995, sexta-feira, às 19 horas, na sala do Gerente do SESC, o nosso colega Waldemar Roberto, realizamos nossa última reunião do ano, lembrando o recente falecimento do acadêmico Seixas Santos.

Fizemos um balanço das atividades de 1995 e, pela primeira vez, oficialmente, formamos a nova chapa para as eleições que se aproximavam.

Durante a reunião, soubemos do falecimento do Dr. Mauro Pereira Barreto (Cadeira no. 25), ocorrido em São Paulo.

Estávamos assim com duas Cadeiras vagas. Por sugestão da Nilva Mariani, foi levantada a hipótese de convidarmos o prof. Nicolau Spinelli para ocupar uma das Cadeiras. Foram também lembrados os nomes do Dantas, do Melhem Adas, do Puntel, descartados em seguida  porque já não haviam aceitado convites feitos por outras diretorias, anteriormente.

Mencionei o Dr. Augusto Martinez Perez. A Ely mencionou a Dra Herbênia. Eu sugeri o Professor Velloso para Membro Honorário.

Finalmente a Nilva falaria como o Prof. Nicolau, e eu, com o Prof. Velloso.

A outra cadeira aguardaria inscrições: o Edital de Convocação para as inscrições foi publicado no Jornal “A Cidade”  do dia 9 de fevereiro de 1996.

Estavam vagas as Cadeiras de no. 3 e no. 25., cujos Patronos eram, respectivamente, Casemiro de Abreu e Luis Pereira Barreto.

No dia 9 de fevereiro de 1996 ( e depois no dia 28 de fevereiro de 1996)nosso colega Dr. Wilson Rovéri divulgava, por meio de sua importante coluna AGENDA – no jornal “A Cidade”, pela primeira vez publicamente, a mudança da sede da ARL para o Colégio Anchieta, dizendo que faltavam os acertos finais para tal mudança.

Também no jornal “A Cidade” , de 2 de fevereiro de q996, o nosso colega, Dr João Caetano de Menezes, em sua crônica diária, também divulgava a nova chapa, a nova Diretoria que se propunha a concorrer às eleições como chapa única.

Nessa primeira semana de fevereiro o Rovéri pediu-me que fizesse o prefácio do seu livro sobre chope, que ele lançaria na Festa do Chope, em abril de 1996, e, quando ligou para mim para agradecer o prefácio, mencionou-me algo estranho: disse-me que havia recebido uma carta minha, na qual eu pedia à ele, Rovéri, que votasse em outra chapa, encabeçada por Divo Marino, e tendo como vice o Dr. Raya!!!!   Ora, o Dr. Raya era o MEU vice !!!!

Liguei imediatamente para o Dr Divo Marino, que alegou também ter recebido uma carta com o mesmo teor, do colega Sylvio Ricciardi, mas que não havia pensado, ainda, sobre a possibilidade de concorrer. Liguei então para o Ricciardi e, na sua ausência, falei com seu filho que disse-me que seu pai havia recebido uma carta com o mesmo teor, do Dr. Miguel Cione. Liguei então, para o Dr. Miguel Cione que, muito aborrecido, negou ter enviado tal carta, e disse-me que tal fato merecia uma manifestação do Presidente Raya.

Liguei para a Ely comentando o acontecido acima, e ela, imediatamente, pediu ao Dr. Raya, Presidente, que tomasse alguma providência. A Ely, no dia seguinte, recebeu também a tal carta do acadêmico José Bento Faria Ferraz mas, apesar do remetente ser de São Paulo, o carimbo do Correio era de Ribeirão Preto !

A NIlva Mariani também recebeu a tal carta.

No dia 18 de fevereiro, todos os membros receberam uma correspondência datada de 16 de fevereiro, em que o Dr Raya repudiava duramente o corrido, e lamentava tal tentativa de tumultuar as nossa eleições.

Junto com essa correspondência, seguia outra, datada de 17 de fevereiro, em que convocava-nos para a eleição a ser realizada no dia 29 de fevereiro.

Durante o mês de fevereiro, por diversas vezes, recebi telefonemas do Nilton Manoel – Presidente da UBT, interessado em saber das novidades na ARL, mas sempre mencionava fatos e assuntos que deveriam ser somente do conhecimento de membros da ARL mas, que, de alguma forma, estavam vazando.

Alguns telefonemas do Nilton também versavam, sobre a futura eleição, no dia 23 de fevereiro, do Conselho Municipal da Cultura.

Durante o biênio 94/95, fui o suplente do Nilton, na área de Literatura mas, apesar da minha intenção manifestada ao Minto de continuar sendo suplente, ele não me dava retorno.

No dia 21 de fevereiro, vésperas da eleição, a Ely propôs  a formação de uma chapa composta por mim e a Dra. Herbênia, do seu Grupo Flamboyant, para o CMC: aceitei.

Comuniquei o Nilton, que aceitou minha  sugestão, e buscou a Cléo Reis, depois o Capitão Passos, e, finalmente, concorreu com a chapa formada por ele e a Branca Marilena Mora.

No dia 23 de fevereiro, depois de uma tarde toda acompanhando as eleições na Casa da Cultura, venci por uma diferença de, mais ou menos, uma dezena de votos.

Dia 29 de fevereiro realizamos a eleição da ARL, e no dia 6 de março, o Dr. João Caetano publicava no jornal “A Cidade”, os nomes da nova diretoria.

No início de março, Nilva Mariani ligou-me dizendo que o Prof. Nicolau não poderia fazer sua inscrição, apesar de ter ficado feliz com a indicação: ele estava em tratamento de saúde na Europa, e só voltaria após dois meses.

Liguei para o Júlio César, filho do Nicolau, expliquei a situação, e falei do desejo nosso de ter o pai dele como membro da ARL. Ele então se propôs a ser o procurador do pai, e a obter os documentos necessários, e encaminhá-los

á ARL.  Dois dias após, recebi um telefonema da filha do Prof. Nicolau informando-me que estava tudo em ordem. Pedi a ela que repassasse os documentos para a Profa. Nilva Mariani.

Também, no 45º. Dia, após a publicação do Edital, recebi um telefonema do Dr. Augusto Martinez Peres. Ele estava com todo o seu material de inscrição em ordem, mas disse-me que não conseguia encontrar a Nilva, Secretária da ARL. Então eu disse-lhe que ele poderia entregar todos os documentos em minha residência, que eu os encaminharia para Nilva. Uma hora após nossa conversa, seu motorista entregava em minha residência farto material do meu admirável irmão. Eu, particularmente desejava sua indicação por saber do seu desejo antigo de ser membro da ARL, e por saber de sua capacidade intelectual e trabalhos prestados em favor da Cultura e da Educação.

No dia 23 de março de 1994 realizamos a 1ª. reunião da nova Diretoria. Seria a posse e a apresentação de propostas de atividades para o Biênio 96/97.

A reunião havia sido marcada para 18 horas. Ás 18h 45 min., como o Dr Raya não chegava, iniciei a reunião, e diversas medidas foram tomadas.

No dia 4 de abril, a crônica do Dr. João Caetano no jornal “A Cidade” , divulgava, como de hábito, a Ata da Reunião.

Por volta das 10 horas de uma  Quinta-feira Santa, recebi um telefonema do Dr. Raya. Ele disse-me que era o primeiro telefonema que dava, após uma cirurgia de emergência (hérnia) que, justamente, o havia impedido de comparecer à nossa reunião da sexta-feira passada. E marcamos uma reunião para a próxima semana.

Nos primeiros dias de abril providenciei o transporte de todo o arquivo e biblioteca da ARL para o Colégio Anchieta. O Ricardo, da Transportadora Aliança, fez todo o trabalho com sua Chevi: existem documentos valiosos, apesar de muita poeira, traças e fezes de ratos e baratas.

Adquiri 60 pastas azuis, com as respectivas etiquetas , uma para cada acadêmico. O Dr. Miguel passou-me o saldo da conta da ARL, e o documento da CGC, vencido desde 1985!

A NIlva providenciou o registro da Ata para abertura de conta no Itaú, agência 0332, da 9 de Julho.

Abrimos uma conta-conjunta em nome da ARL, Maria Lúcia Cardoso-Tesoureira,  e eu.

O Dr. Miguel Cione pareceu-me animado com a ideia de revitalizarmos a luta para a construção de nossa sede própria.

Hoje, Sexta-feira Santa, 5 de abril, recebi um telefonema da Dona Célia Duailiby , que já está providenciando a vinda do Senador Sarney para minha posse, e para o lançamento do seu (dele) livro em Ribeirão Preto. Sarney á da ABL e um dos meus objetivos é manter contato constante com a ABL e outras Academias de Letras.

Ontem , recebi uma carta da Litteris Editora que se propõe a patrocinar a vinda do Presidente da ABL para o Encontro de Academias, ideia da Ely. Também ontem, enviei 37 envelopes para os nossos membros, contendo cópia do  nosso Estatuto, listagem de nomes, Ata da mais recente reunião, carteirinhas de membros, etc.  Estou aguardando o retorno da ficha e da pesquisa que enviei.

Na semana passada, antes da reunião de 29 de março, recebi a vista do Coriolano, da CORI, que está propondo a edição de uma revista semanal da ARL.  Dei a ele uma lista de quase 40 possíveis patrocinadores.

12/04/1996 . Hoje, após o meu almoço, fui até a Receita Federal e procurei pelo meu irmão Dr. Sérgio Nalini, para receber orientações no sentido de tornar a ARL uma entidade com situação legalizada junto à RF. Lá, recebi uma ficha de CGC mais atualizada, com vencimento para 30 de junho de 1997. Fui orientado no sentido de fazer as declarações dos impostos de renda dos últimos 5 anos no impresso de isentos — Formulário IV (verde) — e preencher a Ficha de Alteração do CGC. Precisarei providenciar também a confecção de um carimbo do CGC.

De manhã, quando falei com o Dr. Miguel Cione ele demonstrou uma boa vontade enorme em buscar documentos mais atuais, e nem ele sabia que o CPF do responsável pela ARL , mencionado na Ficha do CGC, era  do Dr. Silvio Ricciardi.

À noite, quando voltei afalar com ele para dar-lhe as boas novas, ele demonstrou temor pelo fato de apresentarmos as declarações de IR, mas eu disse-lhe  que se for preciso, poderemos pagar um contador para fazer nossos livros: Ficaria em torno de uns 30 Reais.

Depois de ir à Receita, fui ao Anchieta, onde a Nilva já me esperava, conforme o combinado no dia anterior, para arrumarmos um pouco do material vindo da casa do Dr. Mario Moreira Chaves.

Em decisão conjunta, consciente e necessária, jogamos no lixo todos os originais de contos — caixas deles — de concursos realizados pela ARL — todos só com pseudônimos !. Quem poderia se interessar por escritos de pessoas sem expressão na literatura, alguns com uso de péssimo português, sujos, corrigidos com caneta, cheiro de urina de rato e com pseudônimos ?

Jogamos no lixo, também, jornais antigos, mal conservados, imundos, fétidos, empoeirados, em decomposição devido ao longo tempo semi-expostos às intempéries, amontoados em um quartinho de fundo, em prateleiras enferrujadas.

O Ricardo, da Confiança Mudanças, cobrou-me mais R$ 100,00 — total de R$ 200,00 —  pois teve que dar 5 viagens para transportar tanto papel, na maioria sujo e sem nenhuma utilidade.  Centenas de envelopes timbrados, sem uso, e papéis de carta timbrados e também sem uso foram jogados fora.  Dava pena, mas não resolveria guardá-los.

Mas no meio de tanto lixo e pó, muitos documentos interessantes. Notícias no jornal da posse do Dr Raya, recortes de jornais de interesse da ARL, misturados a recortes que nada tinham a ver com ela.  Pedaços de papel picados, uma placa de prata no meio de restos de cartões de Natal, folhetos de propaganda, e pó, muito pó.

O que restou do material recolhido é trabalho para mais de dois meses, a ser feito minuciosamente, guardando cada documento, cada recorte, em local adequado, seguro, de tal forma que possam ser localizados quando necessário. Um trabalho árduo, mas, espero, compensador.

 

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO – PRESIDENTE DA ARL

Maio de 1996

 

DOCUMENTOS MENCIONADOS NO TEXTO ACIMA:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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