ROSAS DE ÉBANO, ROSA BRANCA, ROSAS DE OURO.
“ Me leva que eu vou / Sonho meu / Atrás da Verde-e-Rosa / Só não vai quem já morreu…”
Caetano Veloso
Que me perdoem a Mangueira e Caetano, mas na noite de 19 de outubro, no Clube de Regatas Ribeirão Preto, durante a apresentação da Sociedade Rosas de Ouro, deu vontade de cantar : “Me leva que eu vou / Sonho meu / Atrás da Rosas de Ouro / Só não vai quem já morreu…”.
Fundada em 1971 — Campeã do Carnaval Paulistano em 2010, oitavo lugar em 2011, e vice-campeã em 2012 e 2013 — por um grupo de quatro amigos, José Luciano Tomás da Silva, João Roque “Cajé”, José Benedito da Silva “Zelão” e entre eles o seu eterno presidente Eduardo Basílio, que permaneceu à frente da escola até outubro de 2003, e dá nome à sua quadra, é, hoje, uma das maiores e bem estruturadas Escolas de Samba de São Paulo.
Seu nome vem de uma condecoração do Papa Gregório II em 730, para condecorar virtuosas princesas católicas, o bouquet de Rosas de Ouro, contidas em um vaso de forma elegante, ricamente decorado, abençoado pelo Papa antes da missa do quarto domingo de quaresma. Após a assinatura da Lei Áurea, em 1889, sua alteza imperial – Princesa Isabel seria condecorada por iniciativa do Papa Leão XIII, que a entregou uma “Rosa de Ouro”.
A ascensão da Rosas de Ouro foi meteórica. Desfilou pela primeira vez em 1973, no segundo grupo, e ficou em quarto lugar. No ano seguinte ganhou o segundo grupo e subiu para o grupo principal. Em sua primeira aparição entre as grandes escolas de samba ficou com o vice-campeonato. Seus sambas, nos primeiros anos de existência foram feitos pelo compositor Zeca da Casa Verde.
Em 1983 veio a alegria maior para os componentes da “Roseira”, apelido carinhoso da Escola, o campeonato com o enredo Nostalgia, último samba que Zeca da Casa Verde fez para a Escola, e que era uma volta a São Paulo do começo do século XX.
Mas voltemos aos momentos mágicos que a Diretoria do Clube de Regatas ofereceu, — em forma de sorridentes e gentis rosas humanas —, aos seus associados: quatro rosas de ébano — mulatas fenomenais —, e uma deusa, — rosa branca —, de pele ardentemente alva, que ao som envolvente e ritmo empolgante de uma fração da bateria da Roseirinha, levaram os regateiros ao delírio.
O palco tremeu por mais de três horas, numa noite agradável de Primavera, durante a Festa Tropical que reuniu associados do Regatas na área do bocha: gente bonita e com vontade de passar momentos agradáveis à beira do Pardo.
Minha esposa , Lu Degobbi, e eu, – somos diretores do Grupo Amigos da Fotografia – fizemos a cobertura fotográfica do evento desde os bastidores.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
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