MEU DIA DE PODCAST COM RODRIGO SIMÕES
“Podcast é uma série de episódios de áudio ou vídeo, gravados e disponibilizados online”
Atualmente, quando já começo a fazer um balanço geral de minha quase octogenária existência, e constato que tenho mais passado do que futuro, no dia 17 de dezembro de 2024, recebi, via whatsapp, a seguinte mensagem do meu amigo e irmão, Rodrigo Simões:
“Caro Irmão Tortoro, tudo bem? Vou lançar agora no início do ano, um podcast. Clube do Povo. Podcast Verdade. Vou procurar por você. Já fica o convite para o Irmão participar, e contar sua trajetória, seus trabalhos, enfim, bater um papo comigo”.
No dia marcado, às dezesseis horas e trinta minutos, cheguei ao endereço combinado: Produtora Itech Brasil, rua Prof. Paulo Monte Serrat, 78 – City Ribeirão.
Fui de Coopertaxi porque fiquei preocupado com a possibilidade de me perder nas ruas labirínticas da City, em formato de círculos concêntricos, correndo o risco de não chegar no horário marcado: era uma tarde quente, típica de verão ribeirãopretano, e na companhia de Hélio — por coincidência, deus sol na mitologia grega — um taxista que gostava de falar sobre política.
Ao chegar, fui recebido por Jackeline, uma jovem simpática, que me conduziu até uma sala de espera, onde, após poucos minutos, desceu as escadas em espiral, um homem que se aproximou de mim sorridente e amigável: era Guilherme Ferreira, que conheço desde criança, nos tempos de Colégio Santa Úrsula, filho dos amigos, professora de Química, Tânia Henriques Ferreira, e seu esposo, José Augusto: foi um momento de retomada de boas e inesquecíveis recordações.
É importante dizer que vivemos tempos difíceis, tenebrosos, tempos de medo de algoritmos nas redes sociais, de falar e até pensar, temores dignos da Alemanha na década de quarenta: nem durante o regime militar, anos sessenta, setenta, eu senti tanta insegurança.
Iniciada a entrevista com Rodrigo, durante todo o tempo — cinquenta e um minutos — eu me senti como se estivesse diante de Tom Cavalcante, no programa Acerte ou Caia, das tardes de domingo, na TV Record: a cada pergunta, eu pensava no buraco, um calabouço, que se abriria sob meus pés, rumo às masmorras de Brasília, caso eu desse uma resposta que não agradasse ao Sistema e aos supremos de toga.
Quando Rodrigo perguntou-me sobre o governo atual, pensei em dar como resposta, cantar versos de músicas criadas durante os chamados Anos de Chumbo, de Gil, Caetano, Vandré, Chico, hoje, mais atuais do que nunca no governo petista: “Apesar de Você”, “Cálice”, “Meu Caro Amigo”, Aquele Abraço”, “Acorda Amor”, “Prá Não Dizer Que Não Falei de Flores”, “Alegria, Alegria”.
Quando Rodrigo perguntou-me sobre a política atual, pensei em responder, para fugir de futuros processos e perseguições, usar a criatividade fantástica do Pastor Sandro Rocha — no vídeo “Desdobramentos-Mundo de Nárnia” — e falar sobre Nárnia, do norte, central e do sul, sobre o Rubi, os gambás, os peneiradores de milhos, o Drácula, ratos do centro, festas eleitorais, altos galhos, águias, o Podre, o Loirão.
Confesso que fui tentado a fugir de algumas perguntas, mesmo tendo à minha frente um amigo/irmão exímio e experiente entrevistador, fazendo perguntas claras e objetivas, com intervenções inteligentes e pertinentes. Lembrei-me das entrevistas que, no passado, concedi a Manoel Simões, pai dele, colunista social famoso. Pensei comigo: o discípulo superou o Mestre.
Conversamos sobre Academia Ribeirãopretana de Letras, Mausoléu Veiga Miranda, biblioteca do Clube de Regatas, Colégio Anchieta, minhas obras literárias, política nacional, educação, meus sonhos e esperanças: foi uma tarde inesquecível.
É importante registrar o trabalho de bastidores, realizado pelo Produtor, Luis Artur, procurando em meu site as fotos dos assuntos que iam sendo mencionados durante esse podcast que foi o terceiro de uma série: tenho certeza de que eles terão papel fundamental na divulgação de informações importantes sobre Ribeirão e sua região metropolitana.
ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL- Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
ncartor@yahoo.com
COMENTÁRIO(S) SOBRE O ARTIGO ACIMA:
Tórtoro, seus artigos me lembram um programa televisivo de Paulo Henrique Amorim, falecido em 2019, “Conversa Afiada”, que poderia ser Conversa Faca Amolada”, só pra lembrar de um livro que você prefaciou.
Muito bom e instigante. Vou assistir ao podcast, com certeza.
Bom dia.
WALDOMIRO PEIXOTO– Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras