LI E GOSTEI: FAZ PARTE DO MEU SHOW

CAPA FAZ PARTE DO MEU SHOW

MOEDA CAZUZA: EM DUAS FACES

“Somos todos filhos do grande artista cósmico, e com nossa arte, por mais singela, é possível participar da orquestra divina, do show da vida”

A primeira face da moeda Cazuza encontrei no texto da psicóloga clínica Karla Christine, transcrito abaixo, com o qual concordei até o momento em que conheci a outra face.
“Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora. As pessoas estão cultivando ídolos errados.
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.
Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora.
Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme.
Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria? ”
Agora, vamos à outra face: a que tive a oportunidade de conhecer lendo o livro “Faz parte do meu show- a trajetória de um artista em busca de si mesmo”, de Robson Pinheiro, orientado pelo espírito Ângelo Inácio — um romance que fala de coragem, de arte, de música da alma, da alma do rock e do rock das almas.
O autor não diz que o personagem que conta a história é Cazuza, mas que é alguém muito especial e que viveu de forma especialmente exagerada, alguém que soube viver à sua maneira: curtiu como sabia e viveu como podia. Compôs, interpretou, tocou multidões. Seu canto foi a voz de uma geração; sua poesia, o retrato de uma época; sua irreverência, o anseio da juventude.
A novidade para mim, após a leitura desse romance mediúnico, é essa outra face em que o personagem desperto para a vida imortal, reencontra-se consigo mesmo e se descobre filho de Deus, espírito eterno.
O autor responde — àqueles que se perguntam por que psicografar Cazuza, que todos conhecem enquanto cantor e compositor de vida desregrada: “quem não gostaria de ser médium de uma Madre Teresa, de Mahatma Gandhi, Chico Xavier ou Joanna de Ângelis? Esse livro é um show da vida. Nele desfilam seres como você e eu, que erramos e, às vezes ou muitas vezes, satisfazemo-nos com nossos erros. Almas que, como eu e você, caíram ou não se comportaram segundo os padrões morais e religiosos. Porém, descobriram-se filhas de Deus. É admirável participar da experiência de ver o despertamento, o recomeço e o aprendizado de Cazuza no plano espiritual”.
Enfim, Faz parte do meu show nos permite “compreender, por meio daqueles que davam seu testemunho de poesia e beleza no palco da vida — mesmo que tenham se envolvido com drogas de todos os tipos, sexo sem limite, relacionamentos e brigas, palavrões e muito mais — que há sempre esperança, que Deus não se cansa de investir em seus filhos, onde estiverem, como estiverem e com quem estiverem”.
Sugiro aos meus leitores que conheçam as duas faces da moeda Cazuza: e façam suas escolhas.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
ancartor@yahoo.com.
www.tortoro.com.br

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