AC TÓRTORO: LANÇAMENTO DO LIVRO “O PASSADO MANDA LEMBRANÇA IV”.

Na tarde do sábado, dia 10 de junho de 2017, foi lançado o livro “O passado manda lembrança IV”, uma obra produzida pelo GAF – Grupo Amigos da Fotografia de Ribeirão Preto, composto por 75 fotos antigas, acompanhadas de 75 fotos recentes, clicadas nos mesmo locais, tendo, entre os pares de fotos, versos do poeta e fotógrafo Antonio Carlos Tórtoro ( poema abaixo, na íntegra).
Compareceram ao evento a equipe organizadora da 17ª. Feira do Livro de Ribeirão Preto: Adriana Silva, Lilian Rosa, Edgard de Castro e Dulce Neves.
Diversos membros do GAF: Dra Fernanda Ripamonte e esposo, fotógrafa Camila, fotógrafo e diretor do GAF, Carlos Lagamba, Rod Tórtoro (fotógrafo), Lu Degobbi (diretora do GAF), Sonia Franco (diretora do GAF), fotógrafo Helci Gilaverde (fundador do GAF), Sandra Fachin (fotógrafa) e Rod Tórtoro, meu filho e fotógrafo do GAF.
Destaco as seguintes presenças: Dr Maurilio Biagi, Dr Augusto Martinez Peres e esposa, Rosa Maria Britto Cosenza ( homenageada da Feira), Maris Ester de Souza ( professora homenageada na feira), jornalista Jarbas Cunha.
Na abertura tomaram da palavra: o Diretor do GAF, AC Tórtoro, Elza Rossato (Presidente do GAF), Sueli (divulgadora do lançamento do livro), Adriana Silva (Presidente da Feira) , Lilian Rosa ( pesquisadora ).

O palco do evento foi o antigo Palacete Jorge Lobato, hoje denominado Palacete 1922, situado na esquina das ruas Florêncio de Abreu e Álvares Cabral. A arquitetura deste palacete é uma mistura de vários estilos, como era comum naquela época, e chamamos este estilo de ecletismo. Também há características neocoloniais, como as paredes ornamentadas com madeira. Os vitrais com temáticas religiosas e de paisagens também são características marcantes dos palacetes burgueses da época, assim como o hall de entrada e as maçanetas de ferro.
A área total do imóvel é de dois mil metros, sendo aproximadamente 500 metros de área construída. Os cômodos estão divididos por dois pavimentos, e o projeto contempla um jardim com diversas árvores, entre eles um pé de café, que traz a lembrança do período áureo deste tipo de plantação na região de Ribeirão Preto e que coincide com o da construção do palacete.
Segundo dados do Arquivo Público e Histórico de Ribeirão Preto, o palacete foi um presente do fazendeiro Joaquim Cunha Diniz Junqueira à sua filha, Anna Junqueira, pelo casamento com Jorge Lobato Marcondes Machado.
A importância desta construção é o fato de ser um palacete do período do café. Uma planta típica da casa burguesa da época. Ele é um exemplo muito importante da arquitetura deste período e um dos últimos que sobrou.

Fotos de Lu Degobbi – Grupo Amigos da Fotografia de Ribeirão Preto.

FOTO É PASSADO
Fotografia é sempre passado,
mesmo que seja presente.
Após menos de um lapso de segundo,
dado o clique mágico,
a foto já é passado.
Fotografia é registro
de um fato exclusivo, único,
que se torna passado eterno
enquanto durar seu suporte.
Fotografia é passado em forma de papel,
imagem na tela do computador
ou no outdoor da avenida.
Olhar uma fotografia
é perscrutar o passado,
é tentar encontrar nas sombras
algo perdido no tempo.
Foto é fogo fátuo,
energia em forma de luz
emanando do cadáver inerte…o fato.
Fotografia é sempre lembrança—
mesmo sendo somente arte, —
de momentos históricos
ou banais instantes entre família.
Foto é sempre pretérito—
a cada olhar a ela dedicado—
de um tempo que não volta mais.
Fotografia é dádiva dos deuses
que nos permite viajar sonhando
para um tempo que não existe mais:
é reviver, ao infinito,
a satisfação de um dia tê-lo visto.
Fotografia é obra de Deus
registrada em ínfimos detalhes.
Fotografar é escrever com luz
a obra do criador que no presente
é produzida a cada infinitesimal instante.
Foto é chave da porta invisível
que leva do hoje ao ontem.
Observar os olhos de alguém numa foto
é ver olhos que viram histórias do passado.
Foto é um ser ontológico
que tem vida e gênio próprio
com gênese no passado.
Fotografia reproduz ao infinito
o que só ocorreu uma vez,
repete mecanicamente o passado
o que nunca mais poderá repetir-se
existencialmente: contingência soberana.
Uma foto é sempre invisível,
tem algo de tautológico,
porque não podemos ver hoje
o mesmo que o fotógrafo viu no passado.
Fotografia é desconforto
porque nos retira do presente
e nos arremessa ao passado.
Observar uma fotografia
é fazer retornar à vida o morto.
Admirar uma fotografia
é ver somente espectros.
Foto dá estalo na mente
tira o chão, brinca com o tempo.
Toda foto tem um pequeno buraco,
algo que punge o observador.
Enfim, O Passado Manda Lembranças
que o Grupo Amigos soube registrar
em seis imortais volumes:
na Arquitetura do passado,
no Piacevolezza sobre o Santão,
no primeiro volume quando falou de fotos,
no volume dois quando falou de olhares,
no volume três destacando tons de cinza
e neste quarto homenageando o passado.
Fecha-se um ciclo, fizemos história,
registramos com luz e versos
a memória de Ribeirão.

ACADEMIAS, ARE-Academia Ribeirão-pretana de Educação, ARL- ACADEMIA RIBEIRÃOPRETANA DE LETRAS, BIOGRAFIA, CPERP - Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto, CURRÍCULO, Feira Nacional do Livro de Rib. Preto, FOTOGRAFIA, LITERATURA, SOCIAIS