ENTRE O PRETO E O BRANCO: MAIS DE CINQUENTA TONS DE CINZA.

“As tradições antigas diziam que cada alma humana tinha a sua morada numa estrela”.

Somente mitos podem descrever momentos mágicos.
Era chuvoso o sábado no Olimpo ribeirãopretano  — em que se transformou, para pessoas sensíveis à beleza e à arte, o auditório “Guerino Capalbo” , no prédio da Secretaria Municipal de Cultura de Ribeirão Preto.
Sob um céu acinzentado,  um grupo, o dos Amigos da Fotografia, se reunia para mais um dia de escolha e seleção das estrelas que fizeram parte do Quarto Salão Nacional de Arte Fotográfica de Ribeirão Preto.
A galáxia de centenas de estrelas, dividiu-se em três constelações, e sob as mãos dos jurados  Cesar Mulati , José Francisco Pimenta  e Andre Paterlini, após oito horas, transformaram-se em uma nova plêiade de cento e vinte estrelas especiais (  primeiro lugar, segundo lugar e terceiro lugar, mais  dezessete menções honrosas e cem fotos aceitas )  que brilharam nos céus do  Centro Cultural Palace,  durante a segunda quinzena de janeiro de dois mil e treze.
Do alto do nosso Monte Olimpo (São Bento) , em meio ao processo de escolha e seleção,  aos sons inaudíveis— para o comum dos mortais  — da Lira de Apolo ( Deus do sol, das artes, da música, da poesia…e, portanto,  da fotografia) e canto de Musas ( senhoras das ciências e das artes) ,  os olhares e mãos dos três jurados, como deuses do Olimpo, determinavam meticulosamente quais as estrelas que brilhariam,  e quais as que seriam  transformadas em anãs brancas.
Entre o preto e o branco — de mil duzentas e três fotos , enviadas por amantes da Arte de Daguerre, vindas de  vinte fotoclubes,  de sete Estados brasileiros e DF :São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro , Amazonas, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Bahia.
embalados por sonhos Morfeu  ( ganhar as primeiras colocações no Salão) — milhares de imagens em tons de cinza, preto e branco,  receberam carinho, atenção, comentários , toques, cores, vermelho ou verde,  e receberam notas de um a dez.
Enquanto isso, empunhando sua balança para equilibrar a razão e a emoção,  uma Têmis invisível, mas presente a cada decisão tomada pelo grupo ou pelos jurados,  era a guardiã  da lisura do processo em andamento.
Antes dos trabalhos finais, no intervalo para descanso, não nos alimentamos de ambrosia e nem  bebemos néctar, mas a refeição estava divina.
Mas enfim, o resultado que quebrou paradigmas.: três estrelas de primeira grandeza.
Elas cintilaram mais do que as demais, aos olhos da maioria dos jurados,  pela técnica mais apurada, pela realidade retratada da forma mais dura, e pela criatividade sem limites: um mundo multicolorido em preto, branco e mais de cinqüenta tons de cinza.

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
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