LI (CHEIREI) E GOSTEI: O SÁBIO AO CONTRÁRIO

 

O PUM NOSSO DE CADA DIA

Deve ser muito estranho seu(sua)  filho (a) chegar em casa, após as aulas, e comentar que se divertiram muito falando sobre puns e peidos, ao lerem um livro indicado pela professora de Português.

Embora ainda seja um tabu falar sobre puns e fezes, trata-se de um assunto necessário, afinal o cocô pode ser um excelente indicativo diário de como está a saúde, haja vista a existência da Coprologia ou escatologia , um ramo da biologia e da medicina que estuda as fezes. O Scandinavian Jounal of Gastroenterology  publicou, em 1997, o método desenvolvido por Ken Heaton para a avaliação de fezes: a chamada escala Bristol.

No livro, “O Sábio ao Contrário –  a história do homem que estudava puns”, de Ricardo Azevedo,  fala sobre reinos distantes, reis e princesas, e sobre um sábio que com seus estudos e suas  pesquisas aparentemente sem propósitos vai transformar — ou buscar transformar — a vida de todos.

Em tempo: abordagem criativa e bem fundamentada é também encontrada nos tres livros escritos para crianças por Nicola Davies “Cocô – uma história natural do indivisível”; Cocô – uma história daquilo que ninguém comenta; e “Cocô – uma fábrica de histórias# de Neusa R.W. Lima.

Atualmente estou lendo o livro “Rápido e devagar” , de Daniel Kahneman que, em suas páginas traz inúmeros experimentos e reflexões sobre psicologia e tomada de decisões, explorando as peculiaridades e os limites da racionalidade humana, utilizando o que há de mais atual em métodos de pesquisa científica.
Digo isso porque o livro de Ricardo Azevedo poderia se chamar “ Metodologia da pesquisa científica para crianças”, tendo em vista que desenvolve, de forma lúdica, o passo a passo de uma pesquisa científica: A metodologia é a ciência compreendida por meio da sistematização dos processos a serem desenvolvidos no decorrer do estudo e/ou pesquisa acadêmica para gerar conhecimento. Deste modo, a metodologia vai descrever quais são os métodos e instrumentos empregados para realização da pesquisa científica.

Ao utilizar o pum, algo que todo mundo solta, inclusive os animais — para mostrar que somos todos iguais — o autor pretende transformar gente que não sabe pensar, em gente que sabe pensar, e assim modificar para melhor a vida humana e o próprio mundo.

O autor tenta, também, passar a importância da preocupação com o social: “Uma criança abandonada, se for cuidada, pode, um dia, mais tarde, bolar um invento capaz de modificar para melhor a vida de todos nós “. Segundo a teoria do velho sábio, “só um sentimento de profunda identificação diante da dor humana faria as pessoas quererem acabar para sempre com a miséria e as injustiças desse mundo”.

Enfim, não se assustem: “O Sábio ao Contrário” é um livro com temas sérios, tratados de forma a serem entendidos por crianças.

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