ARTIGO: GRÁFICO DE CANDLESTICKS – UMA ARMADILHA PARA TRADERS

 

 


 

GRÁFICO DE CANDLESTICKS – UMA ARMADILHA PARA TRADERS

De tanto assistir aos noticiários econômicos, que falavam grego diante da minha ignorância sobre macroeconomia e mercado financeiro, resolvi dedicar-me à leituras sobre o assunto.

Comecei lendo dois livros:  “Bolsa de Valores para Iniciantes” , um  de Edson J.L. Oliveira e outro de Benedito Inácio Neto, além de me aprofundar em pesquisas pela Internet, inclusive via site Com.Lucro.com.br.

Também assisti ao curso sobre Análise Técnica, da “Viva de Si”: sensacional, encantador, bastante didático, até porque sou professor de Matemática e Estatística.

Mas depois fui conversar com alguns amigos que entendem de Ibovespa e eles me assustaram. Comentaram comigo sobre “armadilhas” que existem sob aquelas barras encantadoras do Gráfico de Candles: nada é seguro, o risco de perdas financeiras é real e muito maior do que possíveis ganhos, é um campo desigual em que traders , mesmo com experiência, têm grandes possibilidades de irem à falência porque concorrem com grandes empresas que se utilizam de robôs e algoritmos de última geração para aplicarem nesse mercado.

Então passei a filosofar com meus botões:

Assim como um gráfico de candles revela, em suas linhas e cores, a dinâmica incansável do mercado, a vida se desenha entre altos e baixos, em uma coreografia onde o imprevisível é a única certeza. Cada vela—seja ela verde, sinal de ganhos e otimismo, ou vermelha, alerta de perdas e desafios—lembra-nos que, como nos mercados, nossa existência é feita de momentos de euforia e de queda, de pontos de inflexão onde as tendências se alteram.

Nesse cenário, os níveis de suporte e resistência do gráfico simbolizam aqueles momentos na vida em que, mesmo quando as forças contrárias parecem dominar, encontramos forças para nos reerguer ou resistir, moldando nosso caminho de forma quase imperceptível. Assim como a macroeconomia impõe riscos e incertezas ao mercado, forças externas e imprevistos frequentemente alteram o rumo de nossas trajetórias pessoais, lembrando-nos de que, independentemente do planejamento, o caos pode surgir a qualquer instante.

Há uma magia hipnótica na dança dos candles, onde as cores parecem encantar nossos olhos e contar histórias de superação e fracasso de maneira quase mística. Contudo, essa beleza se esconde atrás de uma verdade inquietante: ao final do gráfico, o futuro permanece um enigma, impossível de ser previsto com exatidão. Cada vela acende não só a esperança, mas também a angústia inerente à incerteza, refletindo a insegurança que sentimos ao olhar para o amanhã sem garantia de resultados.

No fim, tanto o mercado quanto a vida se revelam como narrativas em constante construção, onde o encantamento se mistura à ansiedade e cada linha desenhada no gráfico é, ao mesmo tempo, um retrato do que fomos e um convite ao desconhecido. E, nesse equilíbrio tênue entre o mágico e o angustiante, reside a essência de viver: arriscar-se, aprender com cada inflexão e seguir, mesmo quando o final ainda se mostra indefinido.

Então decidi esquecer esse jogo de gente grande, mas vou passar a aprofundar meus conhecimentos sobre macroeconomia: é mais seguro.

 

ANTONIO CARLOS TÓRTORO
Ex-presidente da ARL – Academia Ribeirãopretana de Letras
www.tortoro.com.br
ancartor@yahoo.com

 

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